Ao focar-se nas áreas profissionais ao ar livre, a iniciativa pretende sensibilizar para a importância de se adotarem comportamentos adequados em relação ao sol.
“Nós não podemos mudar a genética e a predisposição natural de cada um, mas podemos ajudar a adotar comportamentos adequados que passam por reduzir a dose de exposição aos raios ultravioleta”, esclareceu o presidente da APCC, João Maia e Silva.
Algumas estratégias passam por evitar os horários mais críticos de exposição solar quando tal é possível ou criando sombras em profissões que o permitam, mas também pela utilização de vestuário adequado, protetor solar e chapéu de aba larga.
Segundo os dados mais recentes da APCC, embora os agricultores tenham uma perceção generalizada (a rondar os 80%) de que a exposição solar está associada ao risco de aparecimento de cancro de pele, só uma minoria é que adota medidas de proteção: apenas 12% usam protetor solar com regularidade, 20% usam óculos de sol, 30% usam chapéu e outros 30% procuram ou criam sombras nos seus locais de trabalho.
João Maia e Silva sublinhou que a “pele tem memória e que vai acumulando lesões que mais tarde vão provocar o fotoenvelhecimento precoce e o aparecimento de cancros de pele”.
Metade dos inquiridos dizem ter sofrido queimaduras graves ao longo da vida, um dado “alarmante” visto que as “queimaduras solares duplicam o risco de incidência da doença”, explicou o médico.
Além disso, 30% dos agricultores referem ter sofrido de queimadura solar no ano anterior e, destes, 10% dizem ter sofrido três queimaduras ou mais.
Estas estatísticas explicam que 11% dos agricultores tenham no seu historial clínico diagnósticos de cancro de pele ou de lesões paraneoplásticas já tratadas.
“O diagnóstico precoce, que passa muito pelo autoexame, é importante porque pode decidir entre a vida e a morte”, expõe o presidente da APCC.
Os sinais de alarme incluem o aparecimento de sinal de cor negra em pele com alteração tamanho, espessura e cor, sensação de ardor ou comichão, ou hemorragia fácil; o aparecimento recente de ferida, nódulo ou ‘verruga’ rosada de crescimento rápido; e a existência de qualquer sinal recente que seja assimétrico, tenha bordo irregular, uma cor não uniforme, ou um diâmetro superior a seis milímetros.
A campanha, organizada em colaboração com a Sociedade Portuguesa de Dermatologia, termina na quinta-feira, dia 10.
LUSA/HN
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