Investigadores conseguiram induzir alterações genéticas para tentar bloquear transmissão da malária

11 de Junho 2020

Investigadores do Instituto de Saúde Global de Barcelona (ISGlobal) conseguiram induzir em laboratório uma conversão sexual do parasita da malária, abrindo a possibilidade de conceber novos instrumentos para bloquear a transmissão da doença.

Este feito, publicado esta quarta-feira na revista “Science Advances”, foi realizado “in vitro” com um dos cinco parasitas da malária capazes de infetar os seres humanos, o “Plasmodium falciparum”, que é o mais letal.

Segundo Alfred Cortés, investigador do ISGlobal, este parasita tem um ciclo de vida complexo, em que a fase assexuada do sangue é responsável pela causa dos sintomas da doença, enquanto a fase sexual (ou gametocisto) é a única capaz de infetar o mosquito.

Por conseguinte, a transmissão de seres humanos para mosquitos requer a diferenciação de alguns parasitas assexuais em gametócitos, um processo conhecido por conversão sexual.

“Compreender como é regulada a conversão sexual dar-nos-á pistas valiosas para bloquear a transmissão de doenças”, disse Cortés, cuja equipa tem vindo a trabalhar neste processo há vários anos.

As experiências também revelaram alterações funcionais que ocorrem no momento da conversão sexual.

“Este sistema poderia ser utilizado para caracterizar os parasitas sexuais a um nível proteómico ou metabólico e para testar a sua suscetibilidade a diferentes drogas”, concluiu Cortés.

LUSA/HN

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