“Esperamos até ao final do verão – e estamos em condições perfeitas de o conseguir – ter 70% da população adulta vacinada com uma dose. Aquilo que o coordenador da ‘task force’ deu nota foi que poderemos ter um atraso de 15 dias, que é relativamente marginal numa operação desta dimensão em relação àquilo que era o prazo inicialmente fixado pela própria ‘task force’, que era o início de agosto”, afirmou Marta Temido.
Foi desta forma que a governante reagiu às declarações de hoje do coordenador do processo, vice-almirante Gouveia e Melo, que, em audição na comissão eventual para o acompanhamento da aplicação das medidas de resposta à pandemia de Covid-19 e do processo de recuperação económica e social, justificou a situação com a “disponibilidade de vacinas e pela regularidade na entrega” por parte das empresas farmacêuticas.
A ministra da Saúde notou também que “a meta de agosto em termos de processo de vacinação é distinta da compreensão clássica de imunidade de grupo”. Perante a existência de pessoas vacinadas com a primeira dose da vacina em cerca de um terço dos doentes internados com Covid-19 nas unidades de cuidados intensivos dos hospitais da região de Lisboa, reiterou a convicção de que estes dados não vão afetar a adesão à vacinação.
“Penso que não e espero que não. As vacinas são efetivas, seguras e têm qualidade. Agora, as vacinas não são milagres, são uma tecnologia e têm o potencial de ter uma efetividade de 70, 80 ou mesmo 90%. Portanto, significa que a possibilidade de uma pessoa vacinada contrair a doença e contrair formas graves da doença é reduzida em termos de probabilidade. Agora, há sempre uma margem de risco que as vacinas não evitam completamente”, salientou.
Paralelamente, Marta Temido reforçou a importância de ser tomada a segunda dose da vacina e a espera necessária até se atingir a efetividade total da vacina completa, destacando o desconhecimento que ainda paira sobre o futuro em relação à duração da imunidade.
“Sabemos que, provavelmente, haverá necessidade de fazer reforços de vacinação e ainda desconhecemos muito sobre a necessidade desses reforços. Estamos a adquirir quantidades de vacinas para 2022 e para 2023 que permitirão esses reforços. Esta é uma doença nova, um vírus novo que estamos a conhecer e, por isso, é necessário ter prudência na forma como lidamos com ele”, resumiu.
Em Portugal, morreram 17.074 pessoas e foram confirmados 866.826 casos de infeção, de acordo com o boletim mais recente da Direção-Geral da Saúde.
LUSA/HN
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