Quarentena imposta pelo governo alemão “frustra ainda mais” expectativas dos hoteleiros algarvios para o verão

28 de Junho 2021

A maior associação de empresários hoteleiros do Algarve afirmou esta segunda-feira que a decisão da Alemanha de obrigar a fazer quarentena quem chegar ao país vindo de Portugal “vem frustrar ainda mais as expectativas” para o verão.

“Sendo o alemão o segundo mercado emissor de turistas para o Algarve, a decisão compromete todas as previsões que tínhamos de poder ter um verão melhor do que no ano passado”, disse à Lusa Elidérico Viegas, presidente da Associação dos Hotéis e Empreendimentos Turísticos do Algarve (AHETA).

As autoridades sanitárias da Alemanha colocaram na sexta-feira Portugal na ‘lista vermelha’ devido ao aumento da taxa de incidência do risco de Covid-19, o que obrigará todos os viajantes provenientes do território português a uma quarentena de 14 dias.

A decisão vai entrar em vigor às 00:00 de terça-feira, sendo obrigatório o período de quarentena, mesmo com a apresentação de teste negativo, comprovativo da toma completa da vacina ou comprovativo de imunidade.

Para o presidente da maior associação algarvia de empresários hoteleiros, a decisão alemã “é mais uma machadada nas expectativas que os empresários tinham para este verão, já de si comprometidas com as restrições britânicas e portuguesas às pessoas que circulam entre estes dois países”.

“O mercado alemão não tem a dimensão do mercado britânico, mas é o segundo mercado externo mais importante para o Algarve, existindo unidades hoteleiras que trabalham exclusivamente com este mercado”, recordou o empresário.

Elidérico Viegas disse desconhecer o impacto que a decisão alemã teve ao nível do cancelamento de reservas no alojamento no Algarve, “devido ao facto de o mercado alemão trabalhar em grande parte diretamente com os operadores turísticos”.

O presidente da AHETA disse temer que a decisão alemã de colocar Portugal na ‘lista vermelha’ “possa vir a a ser seguida por outros países considerados também como importantes mercados externos de emissores de turistas para o Algarve”.

“Face à realidade atual do momento, as previsões que tínhamos de este verão ser bastante melhor do que o do ano passado, estão frustradas e bastante comprometidas”, sublinhou.

Para o também empresário hoteleiro, o mercado interno continua a ser aquele com que os empresários algarvios contam para trabalhar nos meses de julho, agosto e setembro.

Segundo Elidérico Viegas, o mercado interno foi sempre o mais importante nos meses de verão no Algarve, “mas ganhou maior relevância com a pandemia, com um aumento de mais de 20% no ano passado do que em relação a 2019”.

“Esperamos agora é que a situação da pandemia seja resolvida rapidamente em Portugal, porque tememos que eventuais restrições de circulação internas possam comprometer também a procura de portugueses pelo Algarve”, acentuou.

Elidérico Viegas acrescentou que os hoteleiros “têm ainda expectativas de que o certificado digital de vacinação da Covid-19, “possa contribuir para aumentar a circulação de pessoas na União Europeia, facilitando a abertura ao turismo”.

A pandemia de Covid-19 provocou pelo menos 3.925.816 de vítimas em todo o mundo, resultantes de 181.026.547 casos de infeção diagnosticados oficialmente, segundo o balanço feito pela agência francesa AFP.

Em Portugal, morreram 17.084 pessoas e foram confirmados 874.547 casos de infeção, de acordo com o boletim mais recente da Direção-Geral da Saúde.

A doença respiratória é provocada pelo novo coronavírus SARS-CoV-2, detetado no final de 2019, em Wuhan, uma cidade do centro da China.

LUSA/HN

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