Lusíadas Saúde reverte “situações pontuais” de corte de salário em dia de vacinação

2 de Julho 2021

A Lusíadas Saúde esclareceu esta sexta-feira estar a reverter “as situações pontuais” de procedimento “desadequado”, depois do PCP denunciar que o grupo estava a proceder a um dia de corte salarial por ausência devido à vacinação contra a Covid-19.

“A Lusíadas Saúde está já a reverter as situações pontuais em que foi identificado um procedimento administrativo desadequado, embora, até ao momento, não tenha recebido qualquer reporte interno por parte dos seus colaboradores”, indicou fonte oficial da Lusíadas Saúde, em resposta à Lusa.

O PCP exigiu, na quinta-feira, ao Governo que ponha imediato fim a práticas de empresas que procedem a um dia de corte salarial por o trabalhador ter estado ausente por motivos de vacinação contra a Covid-19.

Esta denúncia foi feita pela deputada comunista Diana Ferreira na Assembleia da República, em conferência de imprensa, adiantando que este tipo de prática “imoral” por parte de empresas abrange vários setores de atividade, apontando como exemplos casos que ocorreram no grupo Lusíadas Saúde e na CNB-CAMAC.

O Grupo Lusíadas Saúde referiu ainda que já garantiu aos seus profissionais que as ausências para a vacinação no âmbito da Covid-19 são consideradas tempo efetivo de trabalho, reafirmando o seu compromisso com a promoção do plano de vacinação e sensibilizando todos os seus colaboradores para o cumprimento integral do mesmo.

A Lusa tentou ainda obter uma reação por parte da CNB-CAMAC, mas até ao momento sem sucesso.

Na quinta-feira, a deputada do PCP Diana Ferreira exigiu medidas imediatas por parte dos ministérios do Trabalho e da Saúde, designadamente através da Autoridade para as Condições de Trabalho (ACT), considerando a situação “absolutamente inaceitável, para mais num momento em que a vacinação é determinante no combate à Covid-19”.

“A propósito da Covid-19, estão a ser retirados direitos aos trabalhadores. Neste caso, e á perda da retribuição”, apontou a deputada do PCP.

Segundo a deputada comunista, o PCP “teve conhecimento que também na CP esta prática aconteceu, mas, por intervenção sindical, acabou por ser ultrapassada”.

“O PCP repudia este tipo de comportamentos, já dirigiu uma pergunta ao Governo, tanto à ministra do Trabalho [Ana Mendes Godinho], como à da Saúde [Marta Temido], no sentido de que se travem estes casos. Os trabalhadores não podem ser colocados numa situação em que são forçados a escolher entre tomar a vacina contra a Covid-19 ou perder salário”, acentuou.

À Lusa, a CP esclareceu que as orientações internas para estas situações são para considerar a ausência justificada e remunerada, contudo, admite, tendo em conta o efetivo de cerca de 3.770 trabalhadores, “é possível que tenha ocorrido alguma situação pontual, na qual possam ter existido dúvidas”, ainda que tal não tenha sido possível detetar.

Além de Diana Ferreira, assinam a pergunta dirigida ao Governo sobre este caso com a vacinação contra a Covid-19 os deputados do PCP Ana Mesquita, Paula Santos e João Dias.

A pandemia de Covid-19 provocou pelo menos 3.957.862 mortos em todo o mundo, resultantes de mais de 182,5 milhões de casos de infeção, segundo o balanço mais recente feito pela agência francesa AFP.

Em Portugal, morreram 17.108 pessoas e foram confirmados 884.442 casos de infeção, de acordo com o boletim mais recente da Direção-Geral da Saúde.

A doença respiratória é provocada pelo novo coronavírus SARS-CoV-2, detetado no final de 2019, em Wuhan, uma cidade do centro da China.

LUSA/HN

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