A oferta de vinte mil testes gratuitos, disponíveis para residentes de Budapeste com mais de 60 anos, aconteceu depois de muitas pessoas totalmente vacinadas terem relatado que os testes que tinham feito em laboratórios privados indicavam que não tinham desenvolvido anticorpos para se defender contra a Covid-19.
O vice-presidente da Câmara de Budapeste, Ambrus Kiss, disse que esses relatos foram feitos sobre por pessoas que receberam a vacina Sinopharm, da China, alertando as autoridades municipais para a existência de um “problema sério”.
Para este autarca, o Governo deve considerar, assim, a hipótese de oferecer terceiras doses para todos os que revelem uma resposta imunológica inadequada.
“Se houver uma perda de confiança em certas vacinas, o Governo precisa de oferecer uma terceira dose e disponibilizar meios para administrá-las”, disse Kiss, acrescentando que os testes estão disponíveis para qualquer pessoa com mais de 60 anos, independentemente da vacina que receberam.
“Achamos que quanto mais testes fazemos, maior a pressão da sociedade por uma terceira dose”, concluiu o autarca.
O processo de testagem gratuito continuará na próxima semana, e os resultados iniciais provavelmente deverão ser divulgados na próxima semana, sendo esperados resultados completos até ao final do mês.
A Hungria liderou o processo de vacinação na União Europeia (UE), na fase inicial, em grande parte devido à aquisição de vacinas de países orientais, como a Rússia e a China, além das vacinas recebidas pela UE.
A Hungria foi também o primeiro país da UE a aprovar a vacina russa Sputnik V e é o único aplicar a Sinopharm da China.
Mais de 5,1 milhões de doses de vacinas foram adquiridas pela Hungria, das quais já foram aplicadas mais de 2 milhões, de acordo com o Centro Europeu para Prevenção e Controle de Doenças.
Enquanto funcionários do Governo insistem em que não há razão para oferecer uma terceira dose da vacina Sinopharm, os críticos da vacina – incluindo o presidente da Câmara de Budapeste, Gergely Karacsony, – lançaram dúvidas sobre a sua eficácia.
Tanto a Sinopharm como a Sinovac, outra empresa chinesa que produziu a sua própria vacina, anunciaram em abril que estavam a avaliar se uma dose de reforço poderia ajudar a proteger contra o novo coronavírus.
Karacsony é uma das mais mediáticas vozes contra o regime húngaro, sendo considerado um dos favoritos para tentar destituir o primeiro-ministro, Viktor Orban, nas eleições legislativas do próximo ano.
A pandemia de Covid-19 provocou pelo menos 4.013.756 mortos em todo o mundo, resultantes de mais de 185,5 milhões de casos de infeção pelo novo coronavírus, segundo o balanço mais recente feito pela agência France-Presse.
A doença respiratória é provocada pelo coronavírus SARS-CoV-2, detetado no final de 2019, em Wuhan, uma cidade do centro da China, e atualmente com variantes identificadas em países como o Reino Unido, a Índia ou a África do Sul.
LUSA/HN
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