Concluída operação que levou mais de 14 mil vacinas a ilhas dos Açores sem hospital

12 de Julho 2021

A Ordem dos Enfermeiros nos Açores fez esta segunda-feira um balanço positivo da “Operação Periferia”, com mais de 14 mil vacinas em cinco das seis ilhas sem hospital da região contra a Covid-19, entre 06 de junho e domingo.

“Fica o registo da inoculação de mais de 14 mil vacinas num tempo que podemos considerar ‘record’, tendo em conta os recursos das ilhas envolvidas, mas num processo claramente positivo, em especial o trabalho realizado mais uma vez pelos enfermeiros açorianos”, salientou o presidente da Secção Regional dos Açores da Ordem dos Enfermeiros, Pedro Soares, citado em nota de imprensa.

Segundo dados revelados pelo executivo açoriano, foram administradas 14.695 doses de vacinas contra a Covid-19 nesta operação, que deixou cinco das nove ilhas dos Açores com mais de 70% da população com vacinação completa.

A “Operação Periferia” arrancou em 06 de junho na ilha de Santa Maria e, na primeira fase, que se prolongou até 20 de junho, passando pelas ilhas das Flores, Graciosa, São Jorge e Pico, contou com a colaboração de uma equipa de nove militares (seis enfermeiros, dois médicos e um farmacêutico), disponibilizada pelo Ministério da Defesa Nacional.

“Esta missão relativamente à vacinação nas ilhas sem hospital revelou-se extremamente positiva, com um bom ‘feedback’ no terreno por parte da população, em especial pela organização dos processos pelas diversas unidades de saúde de cada ilha e pela segurança que sentiam e transmitiam verbalmente ao receberem as vacinas”, afirmou Pedro Soares.

A administração da segunda dose das vacinas contra a Covid-19 iniciou-se novamente por Santa Maria no dia 27 de junho e terminou este domingo na ilha do Pico, sem a participação de militares, mas com a colaboração da Ordem dos Enfermeiros, que “participou ativamente neste processo com uma equipa de 15 enfermeiros”.

Pedro Soares destacou “a dinâmica que cada Unidade de Saúde de Ilha teve de criar”, na adaptação de espaços, na alocação de recursos humanos e no processo de agendamento junto da população.

Também o secretário regional da Saúde e Desporto dos Açores, Clélio Meneses, tinha já feito um balanço positivo da operação.

“O balanço é muito positivo, foi a forma de imunizarmos as ilhas dos Açores sem hospital e conseguimos alcançar esse objetivo em todas essas ilhas, exceto nas Flores, onde estamos a cerca de 200 doses de alcançar 70% da população vacinada, o que significa que os objetivos de proteger a população açoriana estão a ser alcançados conforme definimos”, avançou em nota de imprensa.

O governante elogiou o “espírito de múltipla cooperação entre várias entidades”, referindo a coordenação regional e nacional de vacinação contra a Covid-19, a Ordem dos Enfermeiros, o Ministério da Defesa, as Unidades de Saúde de Ilha, as autarquias locais e os bombeiros.

“Se não tivéssemos feito o que fizemos, o que é que não seria. Qualquer pequeno surto poderia crescer, poderia criar mais intranquilidade, e poderia afetar de forma decisiva saúde e a economia destas ilhas”, apontou.

Com o fim desta operação cinco das nove ilhas dos Açores ficam com mais de 70% da população com vacinação completa.

A ilha do Corvo, a mais pequena do arquipélago, já tinha sido inoculada em massa em fevereiro e março.

Santa Maria, São Jorge, Graciosa e Pico também já ultrapassaram a meta dos 70%, mas na ilha das Flores, onde se registaram mais recusas, a taxa de vacinação ronda ainda os 63%.

Está previsto o levantamento de medidas restritivas coletivas 14 dias após a vacinação completa de 70% da população: no dia 12 de julho em Santa Maria, no dia 21 de julho em São Jorge, no dia 23 de julho na Graciosa e no dia 24 de julho no Pico.

O executivo açoriano estima que todas as ilhas atinjam os 70% de população com vacinação completa entre 31 de julho e 15 de agosto.

Segundo dados revelado pelo Governo Regional, até 08 de julho, foram administradas nos Açores 250.705 doses de vacinas contra a Covid-19, havendo 129.190 pessoas com pelo menos uma dose (53,21% da população) e 121.515 pessoas com vacinação completa (50,05%).

LUSA/HN

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