Falando no centro de vacinação Paz Flor, em Luanda, que começou hoje a administrar parte das 50 mil doses trazidas pela comitiva presidencial portuguesa na quinta-feira, Sílvia Lutucuta agradeceu esta “doação importante”, com “a promessa de que mais doses virão”.
No sábado, após a Conferência de Chefes de Estado e de Governo da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), que decorreu em Luanda, o primeiro-ministro português, António Costa, anunciou que Portugal iria triplicar as vacinas a oferecer aos Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa (PALOP) e Timor-Leste, passando de um milhão para três milhões de doses, a maioria delas Astrazeneca, cuja distribuição na Europa é condicionada.
“A relação com Portugal tem sido boa, temos a agradecer mais uma vez”, afirmou hoje a ministra, que salientou também o apoio de Lisboa noutras áreas do combate à pandemia. “Estamos muitos satisfeitos com esta cooperação”, disse.
Na terceira vaga da pandemia em Portugal, “tivemos quadros médicos e enfermeiros a fazerem trocas de experiência, com estágio em Portugal em várias unidades de referência”, uma “mais-valia importante” com “competências que foram ganhas neste percurso”, explicou a Sílvia Lutucuta.
Em Angola, metade dos casos diários da Covid-19 em Angola é da variante inglesa, registando-se também casos da “variante sul-africana, com circulação comunitária aqui em Luanda”, explicou a ministra, salientando que, no caso da variante Delta, só “foram registados sete casos, prontamente isolados”, dois dos quais oriundos de Portugal.
A ministra esteve hoje no centro de vacinação acompanhada pelo embaixador português Pedro Pessoa e Costa que elogiou o processo angolano.
“Portugal está sempre atento às necessidades de Angola” e é “neste equilibro solidário que vamos continuar a trabalhar”, disse o diplomata.
Para Pessoa e Costa, “Angola tem sido um exemplo na maneira como, desde logo, começaram a lidar com a questão da Covid”, num “cada vez mais necessário equilíbrio entre a economia e a situação de risco”, pelo que a “economia tem vindo a abrir com cautela, com respeito pelo vírus”.
Angola tem adotado medidas muito restritivas à circulação interna, com quarentenas institucionais e obrigatórias, exigências de testes PCR regulares e um cerco à capital.
A ministra justifica esta ação mais musculada: “Angola é um exemplo de equilíbrio entre economia e a questão sanitária. Portanto, temos de ir abrindo de acordo com situação sanitária para não deixarmos tudo a perder”.
Quanto à futura imunidade de grupo no país, Sílvia Lutucuta não quer dar uma meta, porque tudo depende da “disponibilidade da indústria de produção de vacinas”.
O país tem registados mais de 40 mil casos confirmados, com 957 mortes para uma população total de 30 milhões de pessoas.
LUSA/HN
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