Nas últimas 24 horas, o Ministério da Saúde iraniano registou 37.189 novos casos de infeção por coronavírus SARS-CoV-2, elevando o número total de casos no país desde o início da pandemia para 3.940.708.
O ministério registou igualmente no mesmo período 411 mortes ligadas ao coronavírus – o mais alto desde 28 de abril -, elevando o número total de mortos para 91.407, o maior no Médio Oriente.
Segundo as próprias autoridades sanitárias nacionais, os números oficiais da pandemia são claramente inferiores aos reais.
O país do Médio Oriente mais atingido pela pandemia de Covid-19, o Irão está com dificuldade em conter há várias semanas aquilo que o Governo apresentou como uma “quinta vaga” pandémica.
O novo aumento está relacionado com a contagiosa variante Delta, da qual o país ultrapassou há menos de uma semana, pela primeira vez, o limiar dos 30.000 casos.
As autoridades iranianas indicam que menos de 40% da população cumpre medidas como uso de máscara e distanciamento social, e os responsáveis sanitários alertam regularmente que os hospitais da capital, Teerão, e de outras grandes cidades estão superlotados com doentes de Covid-19.
No domingo, o ministro da Saúde iraniano, Saeed Namaki, escreveu uma carta ao líder supremo, o ayatollah Ali Khamenei, pedindo para confinar o país durante duas semanas, algo a cujo cumprimento o ministro disse que o exército ajudaria, mas Khamenei, que tem a última palavra em todos os assuntos do Estado, ainda não respondeu ao pedido.
As autoridades têm evitado impor regras severas a uma população mal equipada para as suportar: o Irão, que está a sofrer o pior surto do vírus na região, já lida com uma série de crises: duras sanções norte-americanas, isolamento global, uma onda de calor, os piores apagões de que há memória e protestos contínuos devido à escassez de água no sudoeste do país.
Como muitos outros países, a República Islâmica conta com as vacinas para sair da crise sanitária, mas a campanha de vacinação, iniciada no princípio de fevereiro, não está a avançar tão depressa como as autoridades desejavam.
Num país com cerca de 83 milhões de habitantes, cerca de 10,2 milhões de pessoas receberam a primeira dose da vacina, e apenas 2,7 milhões receberam as duas injeções necessárias, ou seja, menos de 4% dos iranianos têm a vacinação completa, indicou hoje o Ministério da Saúde.
Muitos profissionais de saúde na linha da frente foram vacinados com as vacinas produzidas localmente pelo Irão ou com a vacina chinesa Sinopharm, que os relatórios dizem que poderá ser menos eficaz que outras.
O Governo iraniano anunciou que a vacina produzida no país fornece 85% de proteção contra o coronavírus SARS-CoV-2, sem revelar dados ou pormenores.
O Irão também está a importar a vacina russa Sputnik V, bem como a AstraZeneca, através do programa COVAX, apoiado pelas Nações Unidas.
A pandemia de Covid-19 provocou pelo menos 4.227.765 mortos em todo o mundo, entre mais de 198,2 milhões de casos de infeção pelo novo coronavírus, segundo o mais recente balanço da agência France-Presse.
Em Portugal, morreram desde o início da pandemia, em março de 2020, 17.378 pessoas e foram registados 972.127 casos de infeção, segundo a Direção-Geral da Saúde.
A doença respiratória é provocada pelo coronavírus SARS-CoV-2, detetado no final de 2019 em Wuhan, cidade do centro da China, e atualmente com variantes identificadas em países como o Reino Unido, Índia, África do Sul, Brasil e Peru.
LUSA/HN
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