Apesar dos números da atividade do setor no primeiro semestre de 2021 representarem uma ligeira recuperação em relação a 2020, a entidade considerou-os, em comunicado, “resultados preocupantes” para a saúde dos portugueses por estarem muito longe dos números registados no primeiro semestre de 2019.
De acordo com o presidente da ATP, Victor Leal, os números espelham “a atuação discriminatória e errática do Governo” no enquadramento das Termas nas medidas aplicáveis no âmbito da pandemia, uma vez que as termas foram a única tipologia de unidades prestadoras de cuidados de saúde com obrigatoriedade de encerramento, que ocorreu durante 193 dias.
“O encerramento das Termas colocou em causa a saúde de mais de 75.000 portugueses, sendo urgente que o Governo e as Autoridades de Saúde entendam o impacto destes números e o efeito que está a provocar na saúde e qualidade de vida dos portugueses”, defende o responsável citado no comunicado.
“A desconsideração das Termas como unidades prestadoras de cuidados de saúde provocou perdas no número de clientes, no volume de negócios, mas também trouxe efeitos catastróficos no emprego e noutras atividades económicas dependentes da atividade, como são os casos da hotelaria, restauração e comércio local”, acrescenta.
De acordo com Victor Leal, a atuação do Governo foi errática, na medida em que apesar do levantamento da proibição de encerramento no final de junho de 2021, no âmbito das medidas aplicáveis aos concelhos de risco elevado e de risco muito elevado, as termas que não pertencessem a empreendimentos turísticos foram novamente obrigadas a fechar.
Victor Leal lamentou a decisão da tutela e alertou para a urgência de se considerar as termas parte integrante do Sistema Nacional de Saúde.
“É o momento de os decisores das políticas de Saúde demonstrarem de forma inequívoca que as Termas são parte integrante do Sistema Nacional de Saúde, através de medidas que não discriminem este setor face às restantes tipologias de unidades prestadoras de cuidados de saúde”, defendeu.
No final de 2020 as termas registaram uma perda de mais de 75 mil clientes e perto de 9 milhões de euros de faturação face a 2019, enquanto no primeiro semestre de 2021 o número de clientes foi 76% inferior a igual período de 2019 e o volume de faturação registou perdas de 72,2%.
LUSA/HN
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