“Os médicos estão interessados em ajudar os açorianos. Estão interessados em ajudar o Hospital, mas eles precisam de sentir que são respeitados, precisam de sentir que são ouvidos e precisam de sentir que partilham das decisões que são tomadas. E isto é absolutamente essencial naquilo que é a organização e o próprio planeamento de uma unidade de saúde, neste caso do Hospital”, disse o bastonário, em declarações aos jornalistas, na ilha de São Miguel.
No passado dia 14 de julho, a delegação dos Açores do Sindicato Independente dos Médicos (SIM) manifestava-se “muito preocupada” com o clima “de mal-estar” no Hospital de Ponta Delgada, devido à “falta de diálogo institucional do conselho de administração” com os clínicos.
Num comunicado enviado à agência Lusa, na altura, o SIM referia que os associados do sindicato manifestaram a “existência de mal-estar dos médicos na relação com o conselho de administração (CA) do HDES”(Hospital do Divino Espírito Santo), particularmente “pela falta de diálogo institucional”.
“Os médicos foram unânimes na denúncia de situações muito graves, relativas quer à forma, quer ao conteúdo da gestão por parte do CA”, apontava o sindicato.
Na resposta, o conselho de administração do Hospital de Ponta Delgada afirmou que não ser verdade que exista um “ambiente geral de insatisfação” na instituição com “mais de 2000 trabalhadores”, ou “ausência de diálogo do CA com o corpo clínico”.
Hoje, após uma audiência no Palácio de Sant’Ana, com o presidente do Governo Regional, e onde esteve também o secretário Regional da Saúde e Desporto, Clélio Meneses, o bastonário da Ordem dos Médicos disse aos jornalistas que vai reunir-se “na terça-feira” com a administração do Hospital do Divino Espírito Santo.
“Espero que exista da parte da administração do Hospital uma abertura maior para compreender estes problemas que têm acontecido recentemente. Espero que a administração esteja disponível para partilhar as decisões com os médicos, nomeadamente através da sua direção clínica”, para “ouvir” os clínicos, para “os motivar e estimular”, sustentou.
E, acrescentou Miguel Guimarães, “tenho a certeza que a administração do Hospital pensará da mesma forma”.
Os “médicos neste momento precisam de ser acarinhados, precisam de ter mais respeito de quem faz a gestão direta da unidade de saúde”, vincou o bastonário da Ordem dos Médicos.
Miguel Guimarães salientou que a Ordem dos Médicos “está totalmente disponível para ajudar” as autoridades locais na resolução destes “problemas que vão existindo” na área e que “não existem só nos Açores, existem em todo o lado”.
“Os médicos procuraram a Ordem para uma intervenção no sentido de tentar encontrar o equilíbrio”, explicou.
O presidente do Governo dos Açores reiterou a disponibilidade para colaborar de forma “preventiva no surgimento de dificuldades que possam surgir”.
“Estamos disponíveis para trabalhar e resolver uma dificuldade, evitando um problema e encontrando oportunidades”, sustentou o chefe do executivo açoriano, de coligação PSD/CDS-PP/PPM.
José Manuel Bolieiro referiu que “o Governo dos Açores encara como positiva a auscultação da Ordem dos Médicos”, realçando que “quando é possível resolver um problema no seu início, mais eficaz se torna a intervenção”.
O presidente do Governo dos Açores adiantou ainda que estão a ser desenvolvidos “procedimentos de contratação pública para a fixação de médicos no quadro do Serviço Regional de Saúde”, em conjunto com o secretário regional da Saúde e Desporto.
LUSA/HN
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