12/03/2023
Hunt vai detalhar as mudanças, onde se inclui o aumento do apoio à assistência infantil, quando apresentar a proposta de Orçamento de Estado ao parlamento na próxima quarta-feira.
Uma das suas prioridades visa reduzir a percentagem de população que, desde a pandemia da Covid-19, está inativa, maioritariamente pessoas com mais de 50 anos, com deficiência ou dependente, especificou o governante, em comunicado.
O objetivo é reintegrar as pessoas com mais de 50 no mercado de trabalho e permitir que pessoas com deficiências possam trabalhar sem perder os seus apoios estatais.
Outro dos objetivos passa por modificar o Programa Crédito Universal, que canaliza a assistência social, para garantir que os beneficiários destes subsídios aumentam o número de horas de trabalho.
Os custos das creches serão pagos antecipadamente às famílias de forma a libertar os pais para o mercado de trabalho, salientou.
“Estas medidas ajudarão as pessoas a conseguir empregos, aumentar as horas de trabalho e prolongar a sua vida profissional, o que contribui para a prioridade do Governo de fazer crescer a economia”, disse Hunt.
Com uma taxa de desemprego de 3,7%, o Reino Unido tem um milhão de empregos disponíveis e um quinto da força de trabalho atualmente inativa, em parte devido a problemas de saúde decorrentes da pandemia.
“Quem pode trabalhar tem que fazê-lo porque a independência é sempre melhor do que a dependência”, declarou o ministro.
Hunt deixou claro que no próximo Orçamento de Estado quer “remover as barreiras” que impedem as pessoas de procurar emprego, nomeadamente “falta de habilitações, deficiência ou estar fora do mercado de trabalho por um longo período”.
NR/HN/LUSA
30/01/2023
O presidente executivo da Philips, Roy Jakobs, descreveu, em comunicado, a nova redução na força de trabalho como “difícil, mas necessária”.
Em outubro, o grupo holandês já tinha anunciado o despedimento de quatro mil trabalhadores.
Em junho de 2021, a Philips anunciou a recolha de milhões de ventiladores para a apneia do sono, alertando que a espuma de amortecimento de som podia quebrar, levando os utilizadores a inalar pequenas partículas ou produtos químicos perigosos durante o sono.
A Philips estimou inicialmente que podia reparar ou substituir as unidades no prazo de um ano. Mas com a recolha a atingir mais de cinco milhões de dispositivos em todo o mundo, a empresa holandesa admitiu, em outubro, que o esforço ia continuar durante 2023.
A Síndrome de Apneia Obstrutiva do Sono (SAOS), uma doença que pode atingir até 80% da população acima dos 65 anos, faz subir o risco de hipertensão arterial, enfarte do miocárdio, acidente vascular cerebral e arritmias cardíacas.
A SAOS implica ainda um grande risco de acidentes nas pessoas que ficam com sonolência durante o dia e adormecem ao volante.
De acordo com a Fundação Portuguesa do Pulmão, a SAOS é muito frequente, está subdiagnosticada e pode afetar 25% das mulheres e 50% dos homens.
LUSA/HN
21/09/2022
“Já tivemos mais de 100 pedidos desde que o projeto SOS CASA iniciou”, conta Ana Salão, uma das coordenadoras do CASA do Porto, explicando que o novo projeto SOS CASA entrega um cabaz alimentar aos novos pobres da cidade do Porto, que contém “produtos não perecíveis, mercearia normal, fruta, legumes, carne e peixe”. Às vezes, o cabaz também leva “produtos de higiene” quando são solicitados.
Em entrevista à Lusa no âmbito do aumento de pessoas sem abrigo no Porto, Ana Salão explica que a par das cerca de 600 refeições que distribuem semanalmente na cidade portuense a pessoas em situação de sem-abrigo ou com carências económicas, a crise económica provocada pela pandemia da covid-19 e a guerra na Ucrânia empobreceram mais as famílias, e muitas delas estão atualmente a pedir para receber alimentos através do novo projeto SOS CASA.
“Temos algumas famílias para as quais entregamos os cabazes, mas até vamos de forma descaracterizada para que não sejam identificados no processo”, conta Ana Salão, salientando que apesar de essas famílias não estarem quantificadas “são cada vez mais”.
Inicialmente, as famílias que mais pediam ajuda eram pessoas desempregadas durante a pandemia e que trabalhavam em cafés, restaurantes, hotéis, designadamente cidadãos brasileiros a trabalhar sem contrato e que foram os primeiros a perder rendimentos.
Há, contudo, neste momento, um “leque muito diversificado de famílias” a precisar de apoio. Há famílias portuguesas, brasileiras, ucranianas e marroquinas a pedir ao SOS CASA. Para as famílias marroquinas, o cabaz é especial, pois aqueles cidadãos não comem carne de porco, por exemplo, explica.
As pessoas que estão em situação de sem-abrigo estão identificadas, mas existe “um sem número de famílias” a viver debaixo da chamada “pobreza envergonhada” e que também precisam de ajuda extraordinária, porque viram as suas situações profissionais alteradas com a pandemia e a guerra.
O SOS CASA serviu durante a pandemia para fazer face à distribuição de refeições por pessoas que, estando em confinamento, não tinham forma de obter as refeições, mas o projeto expandiu-se a outras áreas, desde logo na saúde, com a distribuição de refeições a pessoas com “doenças crónicas”.
“O SNS contactou-nos por casos de pessoas que têm doenças crónicas, que precisam de um tipo de refeição específica e que não tinham possibilidades para a adquirir e estavam a piorar, porque comiam aquilo que conseguiam arranjar” e, assim, a CASA começou a asseguras esses alimentos, semanalmente, através do “SOS Cabaz”
O SOS CASA serve “para quase tudo o que nos pedem” e que “não encaixa em nenhum dos outros projetos”, sintetiza Ana Salão.
“Através da nossa assistente social, também procuramos ajudar essas famílias, de forma a que se consiga fazer um estudo das condições (…). Se é preciso o Rendimento Social de Inserção (RSI), se é preciso pedir apoio social, a CASA faz também esse trabalho”, explica.
O número de refeições entregues semanalmente no Porto pelo Centro ronda as 600 refeições, o triplo das refeições em relação ao período pré-covid-19.
Antes da pandemia de covid-19, o centro distribuía, na Baixa do Porto, 180 refeições semanais a pessoas carenciadas.
NR/HN/LUSA
16/09/2022
Em Espanha, produtos como o azeite, ovos, leite ou carne de frango podem atingir ou ultrapassar aumentos de 20%.
De acordo com os organismos humanitários, a situação está a agravar-se porque ao mesmo tempo verifica-se, desde o início do ano, uma descida no número de doações de alimentos.
Em Madrid, o Banco Alimentar notou, antes do verão, a diminuição do número de doações que correspondem, atualmente, a menos 40% em relação aos meses antes do início da guerra na Ucrânia (fevereiro), disse à Efe uma porta-voz do organismo da capital espanhola.
O número de refeições diárias também aumentou desde o começo do verão, segundo os registos do Banco Alimentar, passando de 186 mil para 187 mil na Comunidade de Madrid.
As entidades que colaboram com o Banco Alimentar madrileno referem também o aumento progressivo de pessoas que pedem refeições todos os dias, porque os ordenados “não chegam ao final do mês”.
Em Barcelona também aumentaram as filas nos 17 refeitórios sociais da cidade que em 2021 distribuíram 536 mil refeições a 13.158 pessoas necessitadas ou sem-abrigo.
Durante o verão chegou a verificar-se uma rutura no abastecimento de produtos alimentares, apesar de ter aumentado o número de voluntários nos refeitórios sociais da capital da Catalunha.
No hospital de campanha da paróquia de Santa Anna, Barcelona, foram distribuídas sete mil refeições nos meses de julho e agosto de 2021 sendo que o número aumentou para dez mil em igual período em 2022.
De acordo com os responsáveis, com a situação da crise sanitária (covid-19) normalizada e depois do fim das restrições a previsão era que o número de pessoas que recorrem aos serviços de ajuda pudessem diminuir para os níveis de 2019 mas aumentaram por causa das consequências sociais e económicas da pandemia e da guerra na Ucrânia.
As entidades sociais de Barcelona preveem que em 2022 vão ser servidas mais refeições nos refeitórios sociais porque se verifica um aumento de pessoas sem-abrigo e por causa do aumento dos preços dos alimentos.
No caso de Múrcia, o aumento dos preços dos produtos alimentares do cabaz de compras básico modificou o “perfil” das pessoas que pedem ajuda pela primeira vez, disse à agência Efe, Daniel López, da Fundação Jesus Abandonado que fornece alimentos e refeições a quem precisa.
Segundo López, aumenta o número de famílias, e não de pessoas sem-abrigo, que procura ajuda da organização na obtenção de alimentos em Múrcia.
Em Córdova, o Banco Alimentar que distribui em média 350 toneladas de alimentos por mês a entidades na cidade da Andaluzia refere que os próximos meses vão ser “complicados”.
A inflação está a provocar um aumento significativo da procura e, por isso, a entidade de Córdova acumulou alimentos em julho e agosto estimando que no outono e no inverno vai aumentar o número de pessoas “mais vulneráveis”.
A mesma situação verifica-se também em Granada onde o Banco Alimentar enfrenta atualmente um aumento da procura que já atinge valores semelhantes aos que se verificaram durante o pico mais elevado da pandemia de SARS CoV-2.
Paralelamente, o número de doações – em produtos e dinheiro – diminuiu.
“Antes, o dinheiro que recebíamos permitia encher um cabaz com dez produtos, agora só conseguimos seis”, disse à Efe um funcionário do Banco Alimentar de Córdova.
Na cidade da Andaluzia, em 2021 foram atendidas 39.680 pessoas mas este ano o número já atingiu as 45 mil pessoas necessitadas sendo que os aumentos nos preços da eletricidade e do gás também estão a afetar a situação, acrescentou o mesmo responsável.
14/09/2022
“Falta mão-de-obra qualificada em toda a Europa”, disse Gerhard Huemer, diretor de política económica da SMEUnited, associação que reúne PME de mais de 30 países europeus, citado pela EURACTIV, rede de jornalismo colaborativo em que a agência Lusa participa, no âmbito de um trabalho sobre a falta de mão de obra na Europa.
As empresas admitem a crescente incapacidade para encontrar trabalhadores e reagem oferecendo melhores condições de trabalho enquanto alguns Estados-membros, incluindo Portugal, apostam na flexibilização dos requisitos para trabalhadores de países terceiros.
Dados do Eurostat, citados pelo EURACTIV, apontam que cerca de 193 milhões de europeus estavam a procurar um emprego remunerado no primeiro trimestre de 2022, enquanto cerca de 74,5% das pessoas com idades compreendidas entre os 20 e os 64 anos tinham algum tipo de emprego formal, a taxa de emprego mais elevada desde que o Eurostat começou a publicar estes dados, em 2009.
Ao mesmo tempo, mais de 3% de todos os empregos disponíveis estão vagos – o valor mais elevado desde que os registos estatísticos destes dados começaram em 2006 – o que, de acordo com o EURACTIV, significa que cerca de seis milhões de postos de trabalho estão a ser criados em toda a UE.
Em contrapartida, a taxa de desemprego da UE caiu para 6,0% em julho – outro número recorde desde pelo menos 2001.
Em França, cerca de metade das empresas inquiridas pela CPME, a maior associação patronal francesa, estavam a tentar contratar. Destas, 94% dizem ter dificuldades para encontrar um candidato certo à vaga de emprego ou mesmo qualquer candidato, enquanto cerca de 87% das empresas familiares alemãs inquiridas pelo Instituto Ifo, com sede em Munique, afirmaram sentir os efeitos da falta de trabalhadores.
“Com mais de 250.000 vagas, temos um recorde histórico e são urgentemente necessários trabalhadores em todo o lado”, disse, por seu lado, Julia Moreno-Hasenöhrl, da Câmara Económica austríaca.
O mesmo cenário na Finlândia, onde, segundo Heikki Räisänen, diretor de investigação do Ministério dos Assuntos Económicos e Emprego, “todos os setores sofrem de uma elevada incidência de problemas de recrutamento e falta de mão-de-obra, especialmente os serviços sociais e de saúde, da restauração e do alojamento”,
Em Espanha, onde a taxa de desemprego ainda é bastante elevada, com 12,6%, as empresas relatam dificuldades para encontrar trabalhadores, especialmente na restauração, turismo e construção.
“A maioria dos europeus de Leste regressaram a casa durante a pandemia e optaram por não voltar agora à Europa Ocidental”, apontou Gerhard Huemer, do SMEUnited, evocando as perturbações provocadas pela pandemia de covid-19 nas migrações intraeuropeias como uma das razões para o atual cenário.
Na Polónia, a taxa de desemprego está no seu nível mais baixo em 32 anos e mais de metade das empresas estão preocupadas com a falta de mão-de-obra.
As empresas polacas sentem mais intensamente a falta de mão-de-obra na indústria da construção. Esta indústria teve de enfrentar um tipo muito diferente de êxodo de trabalhadores migrantes quando muitos trabalhadores ucranianos da construção civil residentes na Polónia partiram para defender o seu país contra a invasão russa.
Entretanto, países da Europa de Leste como a Roménia, Bulgária e Albânia, estão a sentir dificuldades para recrutar pessoal para as suas indústrias, uma vez que muitos trabalhadores qualificados deixaram os países para empregos mais promissores no estrangeiro.
Apesar das ofertas de emprego, a subida acentuada dos preços significa que a maioria dos trabalhadores ganha atualmente menos em termos reais do que ganhava antes.
Uma análise publicada pela Confederação Europeia de Sindicatos (CES) concluiu que os salários mínimos diminuíram em termos reais em todos os estados membros da UE que os têm, embora alguns Estados-membros os tenham aumentado nominalmente de forma bastante considerável.
Para fazer face à falta de mão-de-obra, associações de empresas em alguns países apelam a uma reforma dos sistemas de segurança social para tornar menos atrativa a permanência das pessoas fora do mercado de trabalho e alguns estados-membros equacionam permitir mais imigração, acrescenta o EURACTIV, citando o exemplo português de facilitação de vistos para cidadãos dos países de língua portuguesa.
O Governo espanhol aprovou uma lei para facilitar a contratação de trabalhadores de países terceiros, na Alemanha espera-se que o executivo proponha uma nova lei de imigração no final deste ano e na Áustria regras mais flexíveis para o acesso a vistos entrarão em vigor em outubro.
NR/HN/LUSA