Em homenagem ao Dia Nacional da Luta contra a Obesidade que se assinala amanhã, os profissionais da área querem reforçar que a obesidade é uma doença que representa um fator de risco para o desenvolvimento de complicações no contexto de infeção por COVID-19. Segundo os especialistas do Instituto Ricardo Jorge 62% dos portugueses são obesos ou pré-obesos.
A Associação dos Obesos e Ex-Obesos de Portugal (ADEXO), a Sociedade Portuguesa para o Estudo da Obesidade (SPEO), Associação Portuguesa Contra a Obesidade Infantil (APCOI) e a Associação Portuguesa dos Bariátricos (APOBARI) exigem que a doença metabólica seja uma prioridade do Governo. Carlos Oliveira, presidente da ADEXO, diz que “é urgente retomar cirurgias e consultas, olhar com seriedade para a necessidade de comparticipação do tratamento farmacológico e sobretudo promover os hábitos de vida saudáveis para que quem já tem excesso de peso não agrave o seu problema devido à pandemia”.
A Federação Mundial da Obesidade (WOF) considera que a pandemia poderá representar um risco para o tratamento da doença, já que os programas de perda de peso e intervenções cirúrgicas têm sido restringidos nas últimas semanas e é provável que as restrições continuem por mais algum tempo. O confinamento também tem impacto na mobilidade e pode levar à inatividade física forçada que, mesmo que por curtos períodos de tempo, aumenta o risco de obesidade.
Sem ainda ter dados sobre o impacto da pandemia na obesidade infantil em Portugal, os profissionais de saúde acreditam que as crianças possam ser os doentes mais afetados. De acordo com a APCOI, se cada criança tiver ingerido entre 200-300 calorias extras por dia, sem ter aumentado na mesma proporção o seu gasto energético diário através de atividade física, isso significa que nos últimos dois meses, aproximadamente terão sido acumuladas 12.000 a 18.000 kcal a mais, o que corresponde a um aumento de peso de pelo menos 2 kg”.
Tendo em conta o contexto actual, a APOBARI e APCOI pedem aos doentes que sigam à risca todas as regras de distanciamento social e higiene respitarória para evitar o contágio da Covid-19. As associações apelam ao Ministério da Saúde para que o tratamento não seja colocado em segundo plano.
VC
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