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Uma pandemia feita de testes que precisamos de superar
A atual pandemia tem sido um teste. Um teste a todos nós, individual e coletivamente enquanto portugueses, à nossa resiliência, adaptação e resistência e à capacidade de trabalho que, em muitos casos, se teve de reinventar; um teste aos serviços de saúde, levados ao limite e que apesar das dificuldades bem conhecidas de todos, têm estado a um nível de excelência, e um teste à indústria farmacêutica, à sua capacidade de inovação e de resposta perante um cenário completamente novo, inédito a todos os níveis e que nos levou a enfrentar desafios que julgo que a maioria de nós nunca tinha pensado ter de abraçar. Da parte da Merck, este tem sido um teste superado a vários níveis.
Globalmente, a resposta da companhia tem sido tão grande como o trabalho desenvolvido. As nossas equipas de investigadores estão, de forma incansável, a trabalhar para identificar opções de diagnóstico e tratamento para esta nova doença. E nem poderia ser de outra forma, uma vez que somos, por definição, uma empresa dedicada ao progresso humano e a fazer a diferença duradoura na vida dos doentes.
Nesse sentido, o compromisso da Merck em encontrar soluções para crises globais de saúde, como a que vivemos, é total, estando por isso integrados no esforço global, organizado pela indústria farmacêutica europeia, que visa investigar possíveis terapêuticas para a COVID-19. Nesse âmbito, a Merck doou recentemente 290.000 unidades do interferon beta-1a 1à Organização Mundial da Saúde para uso no ensaio clínico global SOLIDARITY, que se encontra a investigar várias terapêuticas e avaliar o seu potencial para o tratamento da COVID-19. Uma doação que complementa outra, feita anteriormente, destinada ao estudo internacional DISCOVERY, patrocinado pelo instituto francês INSERM (Instituto Nacional da Saúde e Pesquisa Médica).
Na China, onde tudo começou, procurámos ajudar nos esforços de luta contra o novo coronavírus com várias doação, em dinheiro e em géneros, feitas a três organizações não-governamentais locais, com o objetivo de permitir a necessária assistência médica, o que passou pela aquisição de produtos para apoiar instituições locais e fabricantes de métodos de diagnóstico, testes para o vírus e equipamentos de proteção individual.
Numa parceria com o The Jenner Institute, criámos uma plataforma que permite o fabrico em larga escala de um candidato a vacina contra o novo coronavírus desenvolvido por aquela instituição e juntámo-nos também à Fundação Bill and Melinda Gates, com vista a acelerar o desenvolvimento, fabrico e entrega de vacinas, diagnósticos e tratamentos para a COVID-19.
Um dos grandes focos do nosso trabalho tem sido a investigação, a busca por formas de travar esta pandemia, mas não esquecemos os esforços locais, o trabalho daqueles que, na linha da frente, enfrentam este inimigo invisível, com todas as dificuldades que sabemos que são obrigados a enfrentar. E não conseguimos, nem podemos, ficar indiferentes a estas. Por isso, temos feito também, a nível local, algumas doações, como a que foi concretizada para a iniciativa ‘Todos por quem cuida’, uma ação com o apoio da APIFARMA que se destina a ajudar os que estão na linha da frente da batalha.
O trabalho está longe do fim. Mas têm sido dados passos importantes que nos permitem olhar com otimismo para o futuro. Falta ainda descobrir muito sobre o vírus e encontrar a tão desejada cura para a COVID-19, que nos irá permitir regressar à normalidade, mas suspeito que este venha a ser um novo normal. É impensável que, depois de tudo aquilo por que passámos, esta pandemia se torne apenas mais um episódio na nossa história e que tudo volte a ser como que era antes. É importante retirar daqui lições e a vários níveis. O mundo do trabalho mudou e as novas formas de trabalhar podem ter vindo para ficar; o impacto e dependência das novas tecnologias levou-nos a perceber, mais ainda do que antes, o quão importantes são para a nossa vida e o virtual conquista um espaço cada vez maior no nosso dia-a-dia, que penso que todos fomos (e vamos continuar) a ser obrigados a redesenhar. Mesmo a nível de saúde pública, os cuidados que gradualmente se foram tornando rotina, como a lavagem frequente das mãos, vieram para ficar e até mesmo o uso de máscaras pode vir a tornar-se, o que de resto já acontecia noutras latitudes, uma norma também por cá.
Serão, acredito, tempos diferentes aqueles que aí virão. Mas estes momentos difíceis serviram igualmente para mostrar aquilo de que somos feitos e a força de todos nós.
1Interferão beta-1ª é uma solução para injeção subcutânea em seringa pré-cheia, é indicado para o tratamento da esclerose múltipla recidivante, sendo que até o momento não está aprovado por nenhuma autoridade regulatória para o tratamento da COVID-19 ou para uso enquanto agente antiviral. Nesta fase, está a ser utilizado para este ensaio clínico.
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