Cabo Verde usou 8,5 toneladas de álcool da indústria de bebidas para produzir álcool gel

15 de Junho 2020

As autoridades cabo-verdianas recorreram a 8,5 toneladas de álcool etílico da indústria de bebidas do país para garantir a produção de álcool gel, necessário para a higienização e prevenção da Covid-19, segundo um relatório do Governo.

De acordo com o relatório sobre a execução e medidas aplicadas durante o estado de emergência, que vigorou, de forma diferenciada, por ilhas, de 29 de março a 29 de maio, para conter a pandemia, a aquisição destas quantidades de álcool etílico foi coordenada pela Inspeção-Geral das Atividades Económicas (IGAE).

Segundo o documento, durante o período de estado de emergência, a IGAE apoiou a Empresa Nacional de Produtos Farmacêuticos (Emprofac) na aquisição de 8,5 toneladas de álcool etílico 96% “que estavam disponíveis nas indústrias alimentares para produção de bebidas”, face à “rotura de produção” de álcool gel e álcool desinfetante por parte da também empresa estatal Inpharma.

“Destas 8,5 toneladas, duas toneladas estavam presas desde 2015 e foi solicitado ao Ministério Público a sua libertação para a Emprofac, pagando este pelo preço a que foi adquirido”, lê-se no relatório.

No documento acrescenta-se que durante este período, a IGAE foi chamada a suspender a atividade “de uma fábrica ilegal de produção de álcool gel”, na ilha do Sal. Na ilha de São Vicente, a IGAE apreendeu, numa ação conjunta com a Polícia Judiciária, uma elevada quantidade de álcool gel fora do prazo de validade, avaliada em 1.654.875 escudos (15.000 euros).

Cabo Verde regista um acumulado de 750 casos de Covid-19 desde 19 de março. Destes, seis acabaram por morrer, mas 301 foram considerados recuperados.

Em África, há 6.464 mortos confirmados e mais de 242 mil infetados em 54 países, segundo as estatísticas mais recentes sobre a pandemia naquele continente.

A pandemia de Covid-19 já provocou mais de 431 mil mortos e infetou mais de 7,8 milhões de pessoas em 196 países e territórios, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.

A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de dezembro, em Wuhan, uma cidade do centro da China.

Depois de a Europa ter sucedido à China como centro da pandemia em fevereiro, o continente americano é agora o que tem mais casos confirmados e mais mortes.

LUSA/HN

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