Atuação de António Guterres na pandemia ”tem sido exemplar”

20 de Junho 2020

A atuação do secretário-geral da ONU, António Guterres, durante a pandemia de covid-19, “tem sido exemplar”, afirma o ministro dos Negócios Estrangeiros, que, pelo contrário, lamenta a inação do Conselho de Segurança.

“A atuação do secretário-geral tem sido exemplar”, afirma Augusto Santos Silva em entrevista à Lusa, afastando para já pronunciar-se sobre uma recandidatura do português ao cargo, por considerar “demasiado cedo para falar disso”.

António Guterres “foi muito vigoroso e muito tempestivo, oportuno, quando fez a proposta, que infelizmente nem todas as partes ainda aceitaram, de um cessar-fogo geral, para não acrescentar aos problemas da pandemia os problemas de conflitualidade militar”, aponta.

Também “foi e tem sido muito oportuno no seu alerta sobre a gravidade da pandemia em si e das respetivas consequências” e “tem sido incansável na mobilização da comunidade internacional em favor das regiões e dos países mais vulneráveis aos efeitos da pandemia”, acrescenta.

O ministro distingue esta ação do Conselho de Segurança da ONU, afirmando que “é triste constatar que ainda não conseguiu sequer uma posição comum sobre a pandemia”.

Realça, contudo, que “a grande instância da concertação internacional possível na resposta à pandemia é uma organização das Nações Unidas chamada Organização Mundial de Saúde (OMS)”, para frisar a importância da ONU no multilateralismo.

“Nós, sem Nações Unidas não vamos lá, é muito importante ter isso em conta”, afirma.

“Não podemos desenvolver o comércio internacional sem a Organização Mundial do Comércio, não podemos cooperar entre nós no âmbito da cultura, da educação, da ciência, sem a UNESCO, não podemos acudir à fome no mundo sem o Programa Alimentar Mundial, não podemos amparar e apoiar os migrantes sem a Organização Internacional dos Migrantes”, exemplifica.

Questionado sobre se o Governo português já trabalha para a reeleição de António Guterres, Santos Silva considera que “ainda é cedo para falar disso” e frisa que Portugal respeita “os direitos e a liberdade individual de cada um”, uma alusão ao facto de o português não ter anunciado a intenção de voltar a concorrer ao cargo.

Mas acrescenta: “O secretário-geral tem mandato até o fim de 2021 [e] não é segredo para ninguém que nos revemos inteiramente quer no programa, quer na ação do atual secretário-geral das Nações Unidas”.

LUSA/HN

0 Comments

Submit a Comment

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *

ÚLTIMAS

DGS: Medidas preventivas para o tempo frio e seco em Portugal

A Direção-Geral da Saúde (DGS) emitiu um comunicado alertando para a continuação de tempo frio e seco em Portugal, especialmente nas regiões do interior, conforme as previsões meteorológicas do Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA). Esta situação deverá persistir pelo menos até ao final da semana.

Cientistas alertam para riscos de mosquito do dengue em Portugal

Investigadores do Laboratório Associado Terra alertaram hoje para os riscos para a saúde pública da presença em Portugal do mosquito ‘Aedes albopictus’, que pode transmitir doenças virais como a dengue, a chikungunya e a Zika.

MAIS LIDAS

Share This