“Estamos a providenciar refeições a quase 30 mil alunos até ao final de julho”, anunciou Tiago Brandão Rodrigues, durante uma audição na comissão de Educação, Ciência, Juventude e Desporto, para falar sobre o ano que terminou, mas também sobre como será o próximo ano letivo.
Numa declaração inicial, o ministro saudou o trabalho de todos os profissionais das escolas durante um período de incerteza como a pandemia de Covid-19, reconhecendo que “é preciso fazer mais”.
Tiago Brandão Rodrigues lembrou como nos últimos três meses de aulas à distância as escolas tentaram reduzir as desigualdades sociais, numa altura em que essas desigualdades “foram mais evidentes”.
Depois de uma declaração do deputado do PS Porfírio Silva, que saudou o trabalho realizado, foi a vez da deputada do Bloco de Esquerda (BE), Joana Mortágua, lembrar que “é preciso fazer um balanço para perceber o tamanho do estrago”.
Perceber quantas crianças ficaram de fora, quantas não conseguiram acompanhar as aulas, e qual o real risco do abandono escolar foram alguns dos alertas deixados pela deputada do BE, que questionou o ministro sobre “qual será o cenário do regresso às aulas” em setembro.
A audição começou com a declaração do deputado do PS Porfírio Silva, que lembrou a “extraordinária resposta da Escola Pública” durante a pandemia de Covid-19, sublinhando que resultou do trabalho de todos os que ali trabalham.
“Houve muita gente a querer abortar a Escola Pública”, criticou o deputado socialista, reconhecendo que “as dificuldades se agravaram” durante o período em que as escolas estiveram encerradas e o ensino se fez à distância, nomeadamente entre os alunos mais desfavorecidos.
“Não somos utópicos do ensino à distância”, voltou a reafirmar Porfírio Silva, que lembrou que este tipo de aulas é apenas uma ferramenta que não substitui o ensino presencial.
Mas, para o PS, não haver aulas à distância “teria sido muito pior para aqueles que estão sempre piores em qualquer situação, que são os mais desfavorecidos”.
LUSA/HN
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