Ordem dos Enfermeiros reclama medidas para fixar profissionais no país

30 de Junho 2020

A Ordem dos Enfermeiros (OE) reclamou esta terça-feira medidas de fixação destes profissionais no país, afirmando que está a ser diretamente confrontada, “com muita insistência”, com pedidos de recrutamento por parte de outros países.

Alemanha, Espanha e Holanda são os casos citados pela OE, segundo a qual a generalidade dos estados europeus está a aumentar a remuneração e a atribuir prémios aos profissionais de saúde, devido ao seu papel na luta contra a pandemia de Covid-19.

“Já em Portugal, apesar de ser unânime o reconhecimento do trabalho dos enfermeiros no combate à pandemia, continua a não haver mecanismos de fixação destes profissionais no país”, escreveu a Ordem num comunicado hoje divulgado.

A estrutura representativa dos enfermeiros lamenta a falta de incentivos, subsídios de risco ou penosidade, e remunerações dignas, enquanto continuam a ser feitos contratos “de apenas quatro meses”.

No ano passado, de acordo com as contas da Ordem, mais de quatro mil enfermeiros solicitaram a declaração para efeitos de emigração, “um número recorde que triplicou em relação a 2017 e representa um aumento de 64% face a 2018”.

Neste momento, segundo a mesma fonte, há quase vinte mil enfermeiros no estrangeiro.

“Face ao que ainda ontem [segunda-feira] foi referido pela OMS, que diz que o pior da pandemia ainda está para vir, e face à situação atual no país, com o número de casos a aumentar após um mês de desconfinamento, esta situação de procura dos enfermeiros portugueses pelos restantes países, onde estes são de facto valorizados, é uma preocupação acrescida para a OE, numa altura em que se preparam para sair das escolas portuguesas perto de três mil novos enfermeiros”, lê-se no documento.

A Ordem questionou também se existe, efetivamente, um aumento da reserva estratégica de Equipamentos de Proteção Individual (EPI) para fazer face a um possível agravamento da situação.

A pandemia de Covid-19 já provocou mais de 505.500 mortos e infetou mais de 10,32 milhões de pessoas em 196 países e territórios, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.

Em Portugal, morreram 1.576 pessoas das 42.141 confirmadas como infetadas, de acordo com o boletim mais recente da Direção-Geral da Saúde.

LUSA/HN

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