Novo plano de estudo permite aos alunos de medicina escolherem o seu próprio percurso

4 de Agosto 2020

O MinhoMD é o nome do novo plano de estudos criado pela Escola de Medicina da Universidade do Minho que será implementado já este próximo ano letivo que se inicia em outubro e irá formar os médicos de 2030. O plano inovador tem como objetivo acompanhar o ensino médico de instituições de topo, contribuindo para a formação de médicos mais bem preparados.

Para o Presidente da Escola de Medicina da Universidade do Minho, Nuno Sousa, a mudança constante na prática da medicina obriga a uma “transformação curricular”. É neste sentido que o MinhoMD resulta como um plano de ensino inovador capaz de acompanhar as mudanças feitas na saúde. “A prática da medicina está a mudar rapidamente e o ensino médico tem de acompanhar essa mudança. Esta transformação curricular resulta de uma reflexão profunda realizada nos últimos três anos sobre como vão ser os médicos em 2030 e quais serão as necessidades do sistema de saúde nessa altura.”

O novo plano prevê aumentar a liberdade e a flexibilidade dos alunos durante a realização do curso. De acordo com João Araújo Cerqueira, Diretor do Curso “O Minho MD é altamente focado no estudante e permite aos alunos explorarem e desenvolverem todos os seus interesses e potencial. Os estudantes são responsáveis pela definição do seu próprio currículo, desenhando o seu percurso através de unidades opcionais (que constituem cerca de 20% do total), incluindo a possibilidade de frequentar unidades curriculares em áreas diversas, como a economia, a gestão ou a investigação biomédica, ou de participar em iniciativas de voluntariado, ou ERASMUS+”.

Este novo modelo de estudo prevê que cada aluno tenha um ano inteiro opcional onde possa estudar outras áreas de interesse fora da Medicina ou Saúde, ganhando “novas experiências e competências”. O novo currículo inclui, ainda, estágios clínicos no primeiro ano, antecipando “o contacto com a clínica (hospitais, centros de saúde) desde a entrada no curso”.

“Em vez de memorizar doenças (sinais e sintomas, meios de diagnóstico, tratamento e gestão do doente) e depois perceber se se enquadram nos sintomas do doente, o aluno aprende a pensar a partir daquilo que as pessoas transmitem numa consulta ou urgência, por exemplo. Ou seja, o raciocínio parte da queixa do doente e, a partir daí, o estudante deve chegar ao diagnóstico e ao tratamento – exatamente como os doentes que procuram auxílio nas unidades de saúde. Além de ser muito mais relevante para a prática médica futura, é também de referir que esta abordagem é muito mais próxima do modo como é realizado atualmente o exame de acesso às especialidades médicas” refere João Araújo Cerqueira que conclui “a característica desta escola médica é que mudamos, e mudamos porque, se ficarmos na mesma, não acompanhamos as necessidades das pessoas e a nossa missão é servir as pessoas”.

O novo currículo é composto por docentes, alunos e ex-alunos, pacientes, gestores de instituições de saúde, médicos e outros profissionais de saúde. O objetivo consiste em “formar médicos versáteis, multidisciplinares, dotados de elevada capacidade de raciocínio, excelentes comunicadores e com grandes capacidades humanas”

PR/HN/Vaishaly Camões

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