A taxa de desemprego no Brasil atingiu 13,3% entre abril e junho, deixando 12,8 milhões de pessoas fora da força de trabalho, um aumento de 1,1% face o trimestre anterior, divulgou esta quinta-feira o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
O órgão de estatísticas do Governo brasileiro frisou que o aumento da taxa de desemprego está diretamente relacionado com a pandemia de Covid-19, que levou dezenas de milhares de companhias a reduzirem as suas equipas de trabalhadores e também causou o fecho de milhares de empresas.
O IBGE destacou que, nos últimos três meses, todos os setores económicos do país eliminaram empregos, com maior incidência no comércio, que, afetado por quarentenas e outras medidas de isolamento social, fechou 2,1 milhões de vagas de trabalho.
Entre abril e junho, o país registou uma queda acentuada no número de pessoas com trabalho, que caiu 9,6% face ao trimestre anterior e atingiu um nível recorde.
No segundo trimestre do ano, 5,2 milhões de brasileiros entraram para um grupo que o IBGE classifica como força de trabalho potencial, formado por pessoas em idade de trabalhar que não estavam nem ocupadas nem desocupadas, mas que tinham potencial para estarem na força de trabalho. Esse grupo soma 13,5 milhões de pessoas.
“Entre eles estão os desalentados, formado por pessoas que não procuraram trabalho, mas que gostariam de conseguir um emprego e estavam disponíveis para trabalhar. Estes foram estimados em 5,7 milhões de pessoas no trimestre encerrado em junho”, segundo o IBGE.
“É o maior número desde o início da série histórica da pesquisa, em 2012. Em relação ao último trimestre, houve um acréscimo de 19,1%, o que representa 913 mil pessoas a mais nesta situação”, acrescentou.
Segundo o Governo, o mercado de trabalho no Brasil só começará a recuperar-se quando todas as atividades económicas forem retomadas, embora considere que o processo será lento enquanto o país não superar a emergência sanitária.
O Brasil é o país lusófono mais afetado pela pandemia e um dos mais atingidos no mundo, ao contabilizar o segundo número de infetados e de mortos (mais de 2,8 milhões de casos e 97.256 óbitos), depois dos Estados Unidos.
A pandemia de Covid-19 já provocou mais de 708 mil mortos e infetou mais de 18,8 milhões de pessoas em 196 países e territórios, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.
LUSA/HN
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