China quer alargar vistos turísticos para Macau a todo o país em setembro

11 de Agosto 2020

A China planeia autorizar em todo o país a emissão de vistos turísticos para Macau a partir de 23 de setembro, segundo um aviso ‘online’ publicado esta terça-feira pela Administração Nacional de Imigração.

As autoridades chinesas indicaram ainda que, após a cidade chinesa de Zhuhai, a emissão dos vistos individuais e de grupos será alargada a toda a província de Guangdong a 26 de agosto.

Em ambos os casos, a Administração Nacional de Imigração alertou que as datas só se irão manter se a situação pandémica se mantiver estável.

A mesma entidade esclareceu que não vão aceitar pedidos de vistos de pessoas que habitem em zonas consideradas de alto risco ou que tenham estado nessas regiões nos últimos 14 dias.

A emissão de vistos turísticos para entrada em Macau é uma medida considerada essencial para revitalizar a indústria do jogo na capital mundial de casinos, com Zhuhai a ser a cidade ‘teste’.

A emissão vai ser retomada a partir desta quarta-feira e só vai abranger para já a vizinha Zhuhai, na província de Guangdong, ficando os visitantes isentos da quarentena de 14 dias desde que não tenham estado no estrangeiro nas duas semanas anteriores e realizem um teste de despistagem negativo à Covid-19, informou a secretária para os Assuntos Sociais e Cultura, Ao Ieong U.

Sob as mesmas condições, a partir também desta quarta-feira, os residentes de Macau também podem entrar em toda a China, ficando excluídos aqueles que tenham um passaporte estrangeiro.

Macau não tem qualquer caso ativo e não registou ainda qualquer transmissão comunitária do novo coronavírus.

Já em abril, o chefe do Governo de Macau anunciara a intenção de solicitar a Pequim a retoma da emissão de vistos individuais, suspensa devido à pandemia, o que é visto pelos especialistas como crucial para a recuperação do setor do jogo, o ‘motor’ da economia do território, muito dependente do mercado turístico chinês.

A economia de Macau sofreu uma quebra sem precedentes tanto na exploração dos casinos como na entrada de visitantes desde final de janeiro, quando se verificou a primeira vaga de casos de Covid-19 detetados no território.

Das centenas de milhões de euros de lucros do jogo, as operadoras de Macau estão agora a anunciar prejuízos nas operações que incluem os ‘resorts’ integrados, muito por causa das restrições fronteiriças impostas.

Macau registou em 2019 quase 40 milhões de visitantes. Só em maio o número de visitantes provenientes do interior da China, o maior mercado turístico do território, chegou a cair em maio 99,4%, em termos anuais.

A pandemia de covid-19 já provocou mais de 733 mil mortos e infetou mais de 20 milhões de pessoas em 196 países e territórios, segundo um balanço feito pela agência de notícias France-Presse (AFP).

A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de dezembro, em Wuhan, uma cidade do centro da China.

Depois de a Europa ter sucedido à China como centro da pandemia em fevereiro, o continente americano é agora o que tem mais casos confirmados e mais mortes.

LUSA/HN

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