Jair Bolsonaro afirma ser a “prova viva” da eficácia da cloroquina

14 de Agosto 2020

O Presidente brasileiro, Jair Bolsonaro, afirmou esta quinta-feira ser a "prova viva" da eficácia do cloroquina contra a Covid-19, fármaco sem comprovação científica na cura da doença, e que disse ter tomado quando esteve infetado.

“Sabemos que mais de 100 mil pessoas morreram no Brasil. Caso tivessem sido tratadas desde o início com esse medicamento, muitas mortes poderiam ter sido evitadas. Aqueles que criticaram a cloroquina não apresentaram alternativas”, declarou Jair Bolsonaro, num evento público realizado em Belém, capital do estado do Pará.

Bolsonaro, um dos chefes de Estado mais céticos em relação à gravidade da pandemia, contraiu o novo coronavírus em julho e afirmou que recuperou graças à cloroquina, um fármaco usado no tratamento de doenças como a malária, mas cuja eficácia contra a Covid-19 é colocada em dúvida pela maioria da comunidade científica internacional.

Também contraíram o vírus, e já recuperaram, nove ministros do atual executivo brasileiro, assim como a própria mulher do Presidente, Michelle Bolsonaro, que permanece em confinamento e que na quarta-feira soube da morte de sua avó materna, de 81 anos, vítima da Covid-19.

No evento em Belém, Jair Bolsonaro anunciou que o Governo federal vai enviar 400 mil comprimidos de cloroquina às autoridades estaduais do Pará, porque mesmo “sem comprovação científica, há muitos médicos que recomendam”.

O estado do Pará, localizado na Amazónia brasileira, tem cerca de oito milhões de habitantes e, segundo os últimos balanços oficiais, registou até ao momento 173.625 casos do novo coronavírus e um total de 5.917 mortes.

O Brasil totaliza 105.463 óbitos e 3.224.876 casos confirmados de covid-19 desde o início da pandemia, sendo o segundo país mais atingido pela doença no mundo, atrás apenas dos Estados Unidos da América.

A pandemia de covid-19 já provocou mais de 749 mil mortos e infetou mais de 20,6 milhões de pessoas em 196 países e territórios, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.

LUSA/HN

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