De acordo com o CICV, esses números são ainda mais preocupantes porque refletem apenas os casos conhecidos e poderá ser muito maior com os casos não identificados.
“A crise colocou os profissionais de saúde em perigo no momento em que eram mais necessários”, lamentou num comunicado um dos responsáveis do CICV, Maciej Polkowski.
Um total de 611 incidentes, atos de violência, assédio e estigmatização foram registados pelo CICV em mais de 40 países entre o início de fevereiro e o final de julho.
Mais de 20% dos casos são agressões físicas, 15% atos de discriminação com base no medo e 15% ataques verbais ou ameaças.
Dos ataques dirigidos a uma pessoa, 67% visaram trabalhadores de saúde, 22% doentes ou suspeitos de estarem doentes e 5% deslocados internos ou refugiados.
“Os atos de violência cometidos contra profissionais de saúde e pacientes são muitas vezes motivados pelo medo de contrair o vírus e pela falta de conhecimentos básicos sobre a Covid-19”, explicou Esperanza Martinez, chefe da Unidade de Saúde da CICV.
Assim, a maioria dos atos cometidos por pacientes ou familiares de pacientes foi motivada por queixas relacionadas com a morte de um membro da família ou com o medo de ver morrer um familiar.
Acontece também familiares de pacientes que morreram voltarem-se contra o pessoal de saúde ou as estruturas médicas depois de serem forçados, devido a restrições ligadas à Covid-19, a deixar os rituais fúnebres.
O CICV apela aos governos e comunidades para lidarem com a desinformação que contribui para esses incidentes e para garantirem que os profissionais de saúde possam trabalhar com segurança.
LUSA/HN
0 Comments