Numa convocatória divulgada hoje nas redes sociais, a Anaso informou que existem pessoas com VIH há mais de três meses sem medicação por falta de antirretrovirais.
“A Anaso convida a todos e todas, cada um à sua maneira, no sentido de fazermos uma marcha virtual pela falta de antirretrovirais de segunda linha em Angola”, exortou a organização.
Em declarações à agência Lusa, o presidente da Anaso, António Coelho, disse que a marcha tem como objetivo apelar à consciência das pessoas para a solidariedade da necessidade de realização de uma corrente positiva a favor dessas pessoas que há mais de três meses não têm medicação e estão a viver grandes dificuldades.
Segundo António Coelho, “grande parte dessas pessoas vivem essencialmente dessa medicação para continuarem a manter viva a esperança de continuarem a viver”.
“O nosso apelo é mais no sentido de as pessoas, onde quer que elas estejam, de forma virtual se solidarizem com essas pessoas, fazendo esta marcha que depois podem colocar ou divulgar através das suas redes sociais”, explicou.
Para António Coelho, não faz sentido que desde março não haja medicamentos de antirretrovirais de segunda linha, quando parte desses medicamentos que se encontravam na Índia já chegaram ao país, no dia 04 deste mês, “e até hoje, volvidos mais de 15 dias continuam ainda para serem desalfandegados”.
“Se nós estamos preocupados com a vida dos angolanos, se os meios para a covid-19 chegam e no mesmo dia são desalfandegados, por que é que os medicamentos para a sida, malária e para a tuberculose, têm que obedecer a esses procedimentos alfandegários nesta altura de urgência”, questionou.
António Coelho disse que a ausência de medicação dessas pessoas cria resistência, que por sua vez dá origem à mutação viral, criando uma série de outras consequências.
“Para além dessa situação da resistência, se grande parte dessas pessoas não virem resolvidas a sua situação vão evoluir para uma situação de terceira linha e o país não tem medicamento de terceira linha e aí será dramático”, alertou.
A Anaso está em contacto diário com essas pessoas, prosseguiu António Coelho, sublinhando que “elas estão alarmadas, preocupadas, stressadas, angustiadas”.
“Acreditamos que este tipo de marcha vai de alguma forma confortar as pessoas, demonstrar que elas não estão sozinhas, que a sociedade está com elas e sobretudo dar um sinal de que a vida vai mudar nos próximos tempos”, acrescentou.
LUSA/HN
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