Africa CDC diz que é prematuro qualquer avaliação à elevada mortalidade em Angola

17 de Setembro 2020

O diretor do Centro de Controlo e Prevenção de Doenças da União Africana (África CDC) disse que é muito cedo para saber as razões pelas quais a taxa de mortalidade em Angola está acima da média continental.

O diretor do Centro de Controlo e Prevenção de Doenças da União Africana (África CDC) disse que é muito cedo para saber as razões pelas quais a taxa de mortalidade em Angola está acima da média continental.

“A taxa de mortalidade em Angola devido à Covid-19 está certamente entre as mais altas do continente africano, e estamos a investigar as causas destas diferenças entre os países em África, mas ainda é muito cedo para dizer as razões para a mortalidade ser maior”, disse John Nkengasong durante a conferência de imprensa semanal que dá conta da evolução da pandemia de covid-19 no continente africano.

Questionado pela Lusa sobre o que explica a elevada taxa de mortalidade em Angola, John Nkengasong respondeu: “A média global é de 3,2%, em África é de 2,4% e Angola não está isolada, há 11 países que reportam taxas de mortalidade acima da média, entre os quais a República do Saraui, com 8%, Chade, com 7%, e Libéria, Nigéria, Egito e Mali, todos acima de 5%, e Angola, com 4%”.

De seguida, Nkengasong acrescentou: “Estamos a investigar as causas destas diferenças no continente, mas primeiro termos de reconhecer que 80% recuperaram, e saber quem são, porque é que recuperaram, isso vai ajudar a perceber quais as medidas e os controlos que têm de estar preparados e vai influenciar a questão das vacinas”.

Por outro lado, concluiu, “temos de conhecer a fundo as razões das mortes de 33 mil pessoas, quais eram as doenças existentes, que idade tinham, se tinham tuberculose, HIV ou malária, por exemplo, temos de saber para termos uma ideia mais concreta das diferenças de mortalidade em cada país”.

De acordo com os últimos dados, de quarta-feira, Angola soma 3.675 casos de Covid-19, 143 óbitos, 1.401 recuperados e 2.131 ativos, um dos quais em estado crítico, e 17 graves.

No comentário final durante a conferência de imprensa desta manhã, John Nkengasong defendeu a necessidade de os países e as instituições colaborarem em todo o processo e lembrou que “o aumento das medidas de saúde é o que vai permitir combater o vírus que colocou as nossas economias de joelhos”.

Para o diretor do Africa CDC, “os testes continuam a ser a principal ferramenta de combate à pandemia” e o envolvimento com as populações no mapeamento dos contágios é essencial, mas tem de ser feito com “respeito pelos direitos humanos e ganhando a confiança das comunidades”.

Este batalha contra a Covid-19, concluiu, “obriga-nos a trabalhar juntos e durante muito tempo”.

A pandemia de Covid-19 já provocou pelo menos 936.095 mortos e mais de 29,6 milhões de casos de infeção em 196 países e territórios, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.

África registou 252 mortos devido à Covid-19 nas últimas 24 horas, para um total de 33.047 óbitos, e tem um acumulado de 1.365.689 infetados, segundo os números mais recentes da pandemia no continente, disponibilizados na quarta-feira.

A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de dezembro, em Wuhan, uma cidade do centro da China.

Depois de a Europa ter sucedido à China como centro da pandemia em fevereiro, o continente americano é agora o que tem mais casos confirmados e mais mortes

LUSA/HN

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