Estudo indica que os Estados Unidos precisam de maior investimento no setor de cuidados infantis

20 de Outubro 2020

Os EUA precisam de investir mais dinheiro público no setor de cuidados infantis, duramente afetado pela pandemia de Covid-19, concluiu um estudo publicado segunda-feira pela Reserva Federal de Boston.

De acordo com as economistas Beth Mattingly, daquela instituição bancária, e Jessica Carson, da Universidade de New Hampshire, responsáveis pela conclusão, “a pandemia evidenciou a fragilidade do sistema de cuidados infantis” do país, setor que “corre risco” sem um maior investimento.

É preciso, segundo as economistas, “um investimento considerável para estabilizar a apoiar o setor da puericultura” num país onde não existe um sistema público de creches e os pais têm, muitas vezes, de escolher entre estabelecimentos privados que custam milhares de dólares por mês ou outros ligados aos locais de culto.

Para uma em cada quatro famílias, aprofunda o estudo, isso representa mais de 10% dos rendimentos e metade delas vivem numa área “deserta” de creches.

Além disso, estes estabelecimentos estão entre os que mais sofrem com a pandemia de Covid-19, uma vez que muitos pais que perderam o emprego deixaram de ter meios para suportar esta despesa e a adesão crescente ao regime de teletrabalho pode “aumentar a procura em zonas residenciais e não nas áreas próximas dos locais de trabalho”.

Mas se a procura for fraca, os estabelecimentos que se encontram já em enorme dificuldade correm o risco de fechar, o que seria um obstáculo para a recuperação económica, uma vez que os pais teriam dificuldade em encontrar vaga para os filhos e, se não o conseguissem, não poderiam regressar ao escritório.

Os “custos operacionais” continuam “elevados” e “tornam os cuidados caros para os pais e pouco lucrativos para os estabelecimentos”, lamentam as economistas.

Os equipamentos de proteção exigidos pela pandemia vieram aumentar os elevados custos com materiais e, sobretudo, com pessoal, embora os salários sejam baixos.

O estudo indica que “mesmo antes da pandemia, estes trabalhadores encontravam-se numa situação económica precária e que, na falta de uma solução política, esta precariedade vai continuar a ser acompanhada de um aumento dos riscos para a saúde”.

LUSA/HN

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