Em resposta escrita à agência Lusa, o CHVNG/E admitiu que tem “sentido um acréscimo de utentes no serviço de urgência, com número de episódios diários superiores a 400”, embora “entre 30 e 40% dos episódios sejam triados com pulseira verde”.
Sobre a tenda militar hoje instalada, a mesma fonte apontou que “servirá para apoio ao serviço de urgência, na triagem respiratória, permitindo separar fisicamente os utentes suspeitos de covid-19 dos restantes, sem qualquer sinal de gravidade”.
A esta nova estrutura de triagem estão alocados dois médicos e um assistente operacional.
“Havendo necessidade, o número poderá aumentar”, frisa o CHVNG/E.
Hoje, este centro hospitalar tem internados 56 doentes com o novo coronavírus, 13 dos quais em cuidados intensivos.
Já na sexta-feira o CHVNG/E tinha 36 doentes com teste positivo à covid-19 em enfermaria e 13 em intensivos.
“Houve um aumento de doentes com necessidade de internamento. A maior repercussão sentida até à data foi a necessidade de alargar as camas de cuidados intensivos covid-19, utilizando para tal a Unidade de Cuidados Pós-Anestésicos, o que permitiu de imediato passar de 12 para 21 camas”, descreveu o CHVNG/E.
Questionado pela agência Lusa, sobre se foi necessário selecionar doentes no que diz respeito a atividade e cirurgia programadas, o presidente do conselho de administração do CHVNG/E, Rui Guimarães disse que “há uma escolha em função da complexidade do ato cirúrgico”.
“Imagine-se que, um dia, determinada unidade está cheia. Nesse dia, já se muda o plano do bloco operatório para conseguir operar doentes que não precisam dessa unidade. Isso é o dia a dia de um hospital que agora está agravado pela covid-19 que nos retira a flexibilidade de que precisamos”, disse o responsável.
Recusando a palavra “seleção”, Rui Guimarães sublinhou que “durante todo o ano e em todos os hospitais são adaptados os recursos à procura”.
Na resposta à Lusa, o CHVNG/E deu o exemplo de três cirurgias adiadas recentemente, cujos doentes “iriam necessitar de cuidados diferenciados no pós-cirúrgico”, mas explicou que “foram realizadas outras três que não necessitavam de cuidados pós anestésicos”.
“Esta escolha, obviamente, não poderá ser feita de modo aleatório e deve respeitar a complexidade do ato cirúrgico, a gravidade da patologia e as comorbilidades do doente”, acrescenta.
A pandemia de covid-19 já provocou mais de 1,1 milhões de mortos no mundo desde dezembro do ano passado, incluindo 2.343 em Portugal.
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