A entidade dirigiu ao Governo “uma proposta estruturada para que as unidades de alojamento na hotelaria possam ser utilizadas para outros fins, além do alojamento de turistas”, lê-se na mesma nota.
A AHP considera “fundamental que parte, ou a totalidade, das unidades de alojamento dos hotéis, presentemente desocupadas e que já servem para alojamento a estudantes, no âmbito de protocolos com as Universidades ou semi-residência de profissionais de saúde, possam ainda ter outras utilizações comerciais, de curta ou longa duração”.
A associação defende que as unidades poderiam albergar “serviços de escritório; espaços de ‘cowork’; realização de reuniões; exposições e outros eventos culturais; showrooms; ensino e formação” e mesmo “centros de dia ou residências assistidas”.
Citado no mesmo comunicado, o presidente da AHP, Raul Martins, diz que “a situação é complexa”, destacando a luta pela “manutenção das empresas e dos postos de trabalho” e referindo que “a alteração temporária de uso das unidades de alojamento pode ser uma boa alternativa para muitos empreendimentos turísticos, porque hóspedes, que garantam a sustentabilidade do negócio” não se sabe quando voltarão.
A AHP desde há muito que vem defendendo usos mais diversificados dos estabelecimentos hoteleiros, “que possam servir de alojamento temporário a turistas, mas simultaneamente de habitação, espaços de escritório, hostels”, entre outros, indicou o responsável, garantindo que “as funções não são estanques e há uma procura muito dinâmica e ‘nómada’ de soluções não rígidas”.
Além disso, realçou Raul Martins “a rentabilidade das empresas hoteleiras depende de aproveitarem melhor os espaços, caros, muitas vezes com pouca utilização”.
O presidente da AHP revelou também que tanto o Turismo de Portugal, como a secretária de Estado do Turismo “mostraram a maior abertura para estas soluções”.
A associação aguarda agora “o enquadramento legal para estas utilizações”, sendo que esta proposta surge num momento em que as projeções da AHP, com base no último inquérito que realizou, apontam para que até ao final do ano haja “um encerramento superior a 70% na hotelaria, com uma perda importante de receitas e dormidas”.
LUSA/HN
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