Hospitais do SNS podem suspender atividades não urgentes

4 de Novembro 2020

O Ministério da Saúde determinou que os hospitais do Serviço Nacional de Saúde (SNS) podem suspender durante o mês de novembro a atividade assistencial não urgente, segundo um despacho a que a Lusa teve acesso.

O despacho, assinado pela ministra da Saúde, diz que os hospitais do SNS podem suspender durante o mês de novembro a atividade assistencial “que, pela sua natureza ou prioridade clínica, não implique risco de vida para os utentes, limitação do seu prognóstico e/ou limitação de acesso a tratamentos periódicos ou de vigilância”.

“Compete às Administrações Regionais de Saúde, I.P. (ARS, I.P.) assegurar a coordenação da utilização da capacidade instalada nos hospitais da sua área geográfica e, sempre que necessário, tomar as medidas adequadas à articulação inter-regional, sem prejuízo das competências atribuídas a outras entidades”, refere o documento, com data de terça-feira.

O despacho diz ainda que compete à Comissão de Acompanhamento da Resposta Nacional em Medicina Intensiva para a COVID-19 (CARNMI), em articulação com os hospitais do SNS, através dos respetivos Serviços de Medicina Intensiva, e com as ARS, I.P., “coordenar a gestão, a nível nacional, de camas de Medicina Intensiva de nível III e nível II, em função da evolução da pandemia COVID-19 e das capacidades hospitalares existentes a cada momento.

Já ao Instituto Nacional de Emergência Médica, I.P., (INEM, I.P.) compete “apoiar o transporte inter-hospitalar de doentes críticos cuja transferência se revele necessária”, acrescenta.

No documento é apontado que os hospitais do SNS devem registar, atempadamente, a ocupação e as vagas de Medicina Intensiva, bem como assegurar o respetivo mapeamento no sistema “Camas em tempo Real”.

Quanto à capacidade instalada em Medicina Intensiva, o despacho assinado pela ministra Marta Temido diz que a gestão de camas vagas deve ser, primeiramente, efetuada a nível regional, através dos Serviços de Medicina Intensiva dos hospitais do SNS e que a CARNMI, em articulação com as ARS, I.P. “pode determinar a transferência de doentes entre hospitais de diferentes regiões e proceder a alterações pontuais aos eixos previstos na Rede de Referenciação Hospitalar de Medicina Intensiva (RNMI)”.

Sublinha igualmente que a evolução da pandemia “pode justificar o reforço da RNMI mediante recurso a camas de Serviços de Medicina Intensiva de unidades prestadoras de cuidados de saúde dos setores privado e social, que se disponibilizem a receber doentes críticos ou venham a ser chamadas a colaborar neste esforço”.

O despacho refere que, à data, o País regista uma taxa de notificação acumulada a 14 dias acima dos 240 casos por 100.000 habitantes e um número médio de casos secundários resultantes de um caso infetado, medido em função do tempo, R(t), superior a 1.

“Estes fatores colocam o sistema de saúde, e em particular o Serviço Nacional de Saúde, sob elevada pressão da procura, designadamente ao nível do internamento hospitalar, sendo particularmente relevante reforçar o funcionamento em rede de todas as instituições”, frisa.

Numa nota entretanto enviada às redações, o Ministério da Saúde diz que este despacho pretende “garantir a melhor coordenação e articulação de resposta às necessidades, equilibrando a assistência regional e inter-regional”.

LUSA/HN

0 Comments

Submit a Comment

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *

ÚLTIMAS

BIAL Award in Biomedicine: Última chamada para nomeações

O prazo para nomeações ao BIAL Award in Biomedicine termina a 30 de junho de 2025. O prémio, no valor de 350 mil euros, distingue artigos de excelência em biomedicina publicados na última década. Saiba mais em www.bialfoundation.com.

PJ Desmantela Maior Milícia de Extrema-Direita em Portugal

O desmantelamento de uma milícia armada de extrema-direita pela Polícia Judiciária constituiu a maior operação de sempre do género em Portugal, com centenas de munições, armas militares e explosivos apreendidos, informou hoje a Polícia Judiciária.

Plataforma portuguesa de IA revoluciona medicina europeia

A Medāna, healthtech sediada em Lisboa, foi distinguida com o STEP Seal da Comissão Europeia pelo projeto “The Foundation Layer for AI-driven Healthcare”, consolidando Portugal como referência europeia em inovação tecnológica na saúde.

MAIS LIDAS

Share This
Verified by MonsterInsights