85% das empresas quer manter postos de trabalho em 2020 e 10% planeia redução

26 de Novembro 2020

A maioria (85%) das empresas inquiridas pelo Instituto Nacional de Estatística (INE) tenciona manter os postos de trabalho até ao final de 2020, enquanto 10% das empresas têm planos para a sua redução.

Segundo os resultados do Inquérito Rápido e Excecional às Empresas – Covid-19 de novembro, hoje divulgados, para 2021, 74% das empresas planeiam manter os postos de trabalho, sendo a percentagem que planeia aumentar e reduzir idêntica.

No alojamento e restauração, a proporção de empresas que planeia reduzir os postos de trabalho, quer até ao final do ano quer em 2021, ronda os 35%, sinaliza.

Segundo o INE, mais de metade das empresas respondentes reportou um impacto negativo ou muito negativo na evolução presente do volume de negócios associado à redução das encomendas/clientes (59%) e às novas medidas de contenção (56%).

“Estas percentagens sobem para 84% e 82%, respetivamente, entre as empresas do setor do alojamento e restauração”, refere.

As empresas que beneficiam atualmente de apoios anunciados pelo Governo devido à pandemia Covid-19 representam entre 19% e 30% do total, dependendo da medida.

A maioria das empresas beneficiárias avaliam as medidas como muito importantes para a sua situação de liquidez.

Pelo menos 50% das empresas do alojamento e restauração beneficiavam de alguma medida apresentada pelo Governo no período de inquirição, de acordo com os dados do INE.

Relativamente a alterações permanentes na forma de trabalhar motivadas pela pandemia, 59% das empresas consideram muito provável a redução do número de viagens de negócios e 31% o uso mais intensivo do teletrabalho.

Num cenário de controlo efetivo da pandemia em 2021, 34% das empresas consideram que a atividade já voltou ou voltará ao normal num intervalo médio de 9,8 meses.

No mesmo contexto, 4% das empresas não preveem o retorno ao nível normal e 62% não conseguem antecipar se o seu volume de negócios voltará ou não ao nível normal.

Ainda segundo os resultados do inquérito, 90% das empresas manifestam um grau de preocupação elevado ou moderado face a um agravamento ou prolongamento das medidas de contenção da pandemia a implementar pelo Governo.

A maioria (84%) das empresas não prevê o encerramento num cenário de agravamento das medidas de contenção da pandemia e de ausência de medidas adicionais de apoio.

Em oposição, acrescenta, 16% das empresas estimam conseguir subsistir, em média, apenas cerca de sete meses num tal cenário.

Nas empresas do setor do alojamento e restauração, esta percentagem situa-se em 42% e o tempo médio de subsistência em 5,3 meses.

Pelo menos 40% das empresas consideram muito importante uma extensão das medidas de apoio do Governo face a um cenário de agravamento das medidas de contenção.

No alojamento e restauração, 90% e 79% das empresas consideram muito importante o alargamento ou reposição do ‘layoff’ simplificado e a suspensão de obrigações fiscais e contributivas.

Apenas 8% das empresas manifestaram intenção de recorrer aos fundos do Plano de Recuperação e Resiliência (Next Generation EU).

Das restantes, 45% consideram que não existe ainda informação disponível suficiente para uma tomada de decisão.

A pandemia de Covid-19 provocou pelo menos 1.415.258 mortos resultantes de mais de 60 milhões de casos de infeção em todo o mundo, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.

Em Portugal, morreram 4.127 pessoas dos 274.011 casos de infeção confirmados, de acordo com o boletim mais recente da Direção-Geral da Saúde.

O país está em estado de emergência desde 09 de novembro e até 08 de dezembro, período durante o qual há recolher obrigatório nos concelhos de risco de contágio mais elevado.

Durante a semana, o recolher obrigatório tem de ser respeitado entre as 23:00 e as 05:00, enquanto nos fins de semana e feriados a circulação está limitada entre as 13:00 de sábado e as 05:00 de domingo e entre as 13:00 de domingo e as 05:00 de segunda-feira.

A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de dezembro de 2019, em Wuhan, uma cidade do centro da China.

LUSA/HN

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