“Viemos aqui escutar-vos e deixar o apelo ao Governo fale com todos, os institucionais com certeza, as associações representativas do setor com certeza, mas também os cidadãos que aqui se organizam desta forma dramática. Que o Governo não vos deixe para trás, que vos receba e ouça as vossas ideias”, afirmou Adão Silva, dirigindo-se aos empresários, que ouviu durante cerca de 15 minutos em frente ao parlamento.
O líder do grupo parlamentar do PSD deslocou-se ao final da manhã a este protesto, que já dura há vários dias, acompanhado dos vice-presidentes da bancada Afonso Oliveira e Clara Marques Mendes e do deputado Cristóvão Norte.
Depois de ouvir as reivindicações dos representantes do grupo, o líder parlamentar do PSD dirigiu-lhes algumas palavras, captadas por vários órgãos de comunicação social presentes no local.
“O grupo parlamentar do PSD vem aqui dizer que o Governo não vos deve ignorar, deve receber-vos com a prontidão possível e necessária (…) O senhor ministro da Economia ou até, eventualmente, o primeiro-ministro que vos receba o mais rapidamente possível”, referiu.
Questionado por um dos empresários que iniciativas tenciona tomar o PSD nesta matéria, Adão Silva disse que hoje não queria “misturar a questão partidária”.
“Temos ideias, já tomámos iniciativas, vamos continuar a tomar, mas que hoje não se confundam os dois planos”, disse o líder parlamentar do PSD, partido que não avisou previamente a comunicação social desta deslocação ao protesto.
O primeiro-ministro, António Costa, afirmou hoje que o Governo continua a dialogar com representantes dos setores da restauração e animação noturna, salientou que existem medidas de apoio em curso e pediu o fim do “impasse” com empresários em greve de fome.
Adão Silva disse que o grupo parlamentar concorda que o Governo se reúna com as associações do setor, mas não só.
“Temos de pedir ao Governo que não exclua ninguém, não faça uma espécie de escolha em que uns podem ser recebidos e outros não. Não pode deixar ninguém para trás”, apelou.
Nos últimos dias, já se deslocaram ao protesto representantes de outros partidos, como o líder do CDS-PP, Francisco Rodrigues dos Santos, o presidente e deputado único do Chega, André Ventura, ou o deputado e líder da Iniciativa Liberal, João Cotrim Figueiredo.
O grupo, composto por oito homens e uma mulher do movimento “A Pão e Água”, encontra-se em greve de fome há seis dias, acampado em frente ao parlamento em instalações improvisadas com tendas e aquecedores e dizem manter o protesto até que o Governo os receba para encontrarem soluções para os seus negócios.
Interrogado hoje se aceita falar com os manifestantes em greve de fome, António Costa referiu que, entre o grupo que protesta, o cidadão que tem visto mais vezes falar nas televisões “é o senhor José Gouveia”, que ainda no passado dia 18 esteve numa reunião com os secretários de Estado do Turismo e do Comércio.
“Mas o Governo tem de reunir-se com as associações representativas, porque se cada pessoa que neste momento está a sofrer – e são muitas – resolver fazer um protesto e dizer que quer falar com o primeiro-ministro ou com o Presidente da República, obviamente isso não é possível”, disse o primeiro-ministro.
LUSA/HN
0 Comments