“Atingiu-se a incidência máxima cumulativa por via de notificação no dia 25 [de novembro] e há já uma tendência de descida que esperemos que seja consolidada nos próximos dias”, afirmou o investigador na reunião do Infarmed, onde peritos fazem um balanço das medidas tomadas para combater a covid-19 e analisam a evolução da doença no país.
Desde a última reunião no Infarmed, há duas semanas, houve um agravamento da situação na semana de 22 de novembro, mas depois na semana de 29 já se observou “um desagravamento da incidência em vários municípios, nomeadamente na região Norte onde apesar de ter incidências ainda muito elevadas há já um decrescimento da incidência”, adiantou André Peralta dos Santos.
Na região da Área Metropolitana de Lisboa também já se observa “uma variação de incidência decrescente”, o que considerou serem “boas notícias”.
Desagregando por região, verifica-se que “a região Norte com incidências muito mais altas, tem já um padrão de descida claro, a região Centro e de Lisboa e Vale do Tejo começam já a esboçar uma tendência de descida”, enquanto há outras regiões ainda com uma tendência crescente, nomeadamente o Alentejo e a Região Autónoma dos Açores.
Relativamente às idades, o investigador adiantou há uma tendência de decrescimento em todas as idades.
Desde 4 de agosto, as incidências começam a aumentar nas populações mais ativas, entre os 20 e os 40 anos, e à medida que se vai progredindo no tempo, as incidências começam a aumentar noutros grupos etários, disse, explicando que a “epidemia se espalha através dos grupos etários”.
Nesta área, André Peralta realçou “uma boa notícia” e “uma um pouco mais preocupante”.
“A boa notícia é que o grupo de 60/70 e 70/80 está relativamente protegido em relação aos outros grupos etários, o grupo mais de 80 [anos] é um grupo que tem maior dependência, maior intensidade de contactos e, por isso, tem ainda uma incidência mais alta”.
Relativamente às hospitalizações, o médico e investigador adiantou que apesar de o país já ter “passado o pico das incidências, ainda não há um pico claro nos internamentos”, que disse esperar que “esteja para breve”.
“Este delay de atingirmos o pico em novos casos e das hospitalizações é esperado, faz parte da evolução natural da doença”, explicou.
Por último, a taxa de mortalidade por Covid-19 a 14 dias, o indicador que é utilizado pelo Centro Europeu de Controle de Doenças, parece já estar a esboçar-se”.
O encontro no Infarmed junta o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, e primeiro-ministro, António Costa, políticos e especialistas.
A reunião tem como temas centrais um balanço das medidas tomadas até à data, a tendência da evolução da covid-19 no país e a eventual prorrogação do estado de emergência, nomeadamente o cenário de um plano para a época natalícia.
A pandemia de Covid-19 já causou 4.645 mortes em Portugal dos 303.846 casos de infeção confirmados, segundo os últimos dados da DGS.
LUSA/HN
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