Em comunicado, o instituto refere que, numa primeira fase, o projeto-piloto, denominado TecMeUp, envolve oito beneficiários da região de Barcelos.
A formação decorre ao longo de 12 semanas, entre sessões individuais e em grupo, e trabalha competências vocacionais, digitais e tecnológicas, como aprender a fazer um currículo, criar um email ou aceder às redes sociais.
O projeto tem ainda uma componente de trabalho junto dos empregadores, formando-os e capacitando-os nos domínios de promoção da saúde mental e integração de pessoas com doença mental no mercado de trabalho, assim como na promoção da saúde mental dos seus colaboradores.
Será também criado um manual de procedimentos a seguir quando o âmbito do projeto for alargado.
O projeto TecMeUp conquistou o terceiro lugar do Prémio AGIR da REN (Redes Energéticas Nacionais).
Citada no comunicado, a diretora da Casa de Saúde de S. João de Deus, Isabel Bragança, refere que o prémio “abre uma janela de oportunidade para o reforço da intervenção junto das pessoas com doença mental”.
“O risco de exclusão com que esta população se depara é crítico, particularmente na acessibilidade ao emprego. Este reconhecimento, para além de validar a estratégia delineada em 2010 para esta resposta de proximidade, promove um espaço de sensibilização para uma realidade muitas vezes escondida”, afirmou.
O ISJD sublinha que tem vindo a assumir um percurso menos assente numa lógica de cuidados assistencialistas, privilegiando uma lógica baseada na intervenção comunitária e promotora do autoconceito, independência e autodeterminação das pessoas com doença mental.
Nos últimos 10 anos, foram apoiadas mais de 270 pessoas, reduzindo em 90% o número de dias de internamento necessários.
“O trabalho do Instituto São João de Deus permitiu que 45% das pessoas apoiadas estejam hoje a trabalhar ou com alguma forma de ocupação estruturada”, lê-se ainda no comunicado.
LUSA/HN
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