“Não podemos morrer da pandemia mas também não podemos morrer da cura e a decisão de quem tem de avaliar qual a dose certa de medidas de restrição, e acorrer aos conselhos dos cientistas, é do Governo”, destacou Ana Gomes em reação às novas restrições no âmbito do estado de emergência para o período do Ano Novo.
Ana Gomes falava durante uma visita que está a realizar hoje a empresas e instituições no concelho de Chaves, no distrito de Vila Real.
A ex-eurodeputada salientou que, ao não possuir os “elementos que o Governo tem”, não quer “dar palpites” sobre estas questões.
“Eu não me substituo aos especialistas. Nesta matéria o fundamental é o Governo ouvir os cientistas e autoridades de saúde e em função dos conselhos tomar decisões. (…) Já há muitos comentadores por aí a dar palpites”, apontou.
Na noite de passagem de ano, de 31 de dezembro para 01 de janeiro, haverá recolher obrigatório a partir das 23:00 e nos dias 01, 02 e 03 de janeiro a partir das 13:00, anunciou na quinta-feira o primeiro-ministro.
“Ao contrário do que tínhamos anunciado há 15 dias […], temos de cortar totalmente as celebrações de Ano Novo”, disse António Costa, no final da reunião do Conselho de Ministros.
As medidas aplicam-se a todos os concelhos de Portugal continental.
Apesar de não dar palpites quanto às medidas tomadas, para a candidata presidencial é, no entanto, “fundamental acorrer aos setores mais vulnerabilizados pela pandemia”.
“Sem dúvida que para sermos mais eficazes o poder central tem que acorrer ao poder local, para ajudar os mais necessitados, tanto empresas como famílias e cidadãos e todo o tipo de instituições”, alertou.
Ana Gomes, que visitou durante a manhã na zona industrial de Chaves duas empresas recentemente instaladas naquele concelho, que apostam na exportação, disse ainda que tem encontrado setores, como a indústria, que “não estão a ser afetados pela pandemia”.
“Pelo contrário, estão a produzir mais, porque há necessidades do mercado. Isso deve-nos fazer refletir sobre uma estratégia de desenvolvimento do país que assente mais numa indústria e não em atividades de serviços, que nos vulnerabilizam”, frisou.
A pandemia de Covid-19 provocou pelo menos 1.662.792 mortos resultantes de mais de 74,8 milhões de casos de infeção em todo o mundo, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.
Em Portugal, morreram 5.977 pessoas dos 366.952 casos de infeção confirmados, de acordo com o boletim mais recente da Direção-Geral da Saúde.
LUSA/HN
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