“Temos estado envolvidos e sobretudo a colaborar com o Ministério da Saúde nos trabalhos de planeamento para organizar o processo de vacinação. Às Forças Armadas foi solicitado que contribuíssemos com a parte logística do plano de vacinação e é isso que temos feito com um conjunto de militares dos três ramos”, referiu António Silva Ribeiro.
O Chefe do Estado-Maior-General das Forças Armadas (CEMGFA), que falava aos jornalistas à margem de uma sessão de cumprimentos de Boas Festas que decorreu no polo do Porto do Hospital das Forças Armadas (HFAR), descreveu que “além de colaborar com o Ministério da Saúde” naquilo que são as reuniões que decorrem na “sala de situação”, também estão alocados “em outros departamentos dois oficiais de logística e um médico farmacêutico para participar nos trabalhos de vacinação”.
Questionado sobre se esperava que as Forças Armadas portuguesas tivessem um envolvimento mais direto, o CEMGFA referiu que “isso não está previsto”, frisando que “os militares cumprem o que é pedido” e “a missão atual é numa área onde [as Forças Armadas portuguesas] têm muita experiência que é gestão de crises e plano logístico”.
“Naturalmente administraremos a vacina, colaborando com o Serviço Nacional de Saúde dentro das competências próprias do HFAR e dos serviços de saúde que os três ramos das Forças Armadas têm em todo o país. Vamos vacinar os nossos militares. Alguns deles estão nas prioridades porque são militares expostos no combate à pandemia”, descreveu
O almirante António Silva Ribeiro, acompanhado pelos chefes de Estado-Maior dos três ramos das Forças Armadas, visitou esta manhã o polo do Porto do HFAR, numa cerimónia que visou “reconhecer o empenho dedicado de todos os profissionais que lá prestam serviço e desejar Boas Festas a todos e respetivas famílias”, conforme se lia no convite à imprensa.
Já no decorrer da sessão, o CEMGFA disse que “este ano os cumprimentos de Boas Festas têm um significado acrescido”, recordando o “empenho” no combate à pandemia da Covid-19.
De acordo com o diretor de saúde militar, o brigadeiro general Jácome de Castro, o polo do Porto recebeu desde o início da pandemia cerca de 300 doentes Covid-19, enquanto o de Lisboa acolheu cerca de 200.
Estes números referem-se a doentes infetados provenientes do Serviço Nacional de Saúde (SNS), bem como da família militar e forças de segurança.
Quanto a capacidade, Jácome de Castro indicou aos jornalistas que o HFAR de Lisboa tem 120 camas, número que pode estender a 150, enquanto no Porto há 75 camas e capacidade extensível a 95.
“O Hospital das Forças Armadas existe essencialmente para apoiar os militares e a família militar, mas tem capacidades sobrantes que nestas situações de emergência coloca ao serviço do país”, descreveu almirante António Silva Ribeiro, lembrando que quando “as Forças Armadas foram contactadas por presidentes de câmara e responsáveis de lares” devido à pressão da pandemia, o que fez foi “abrir imediatamente para acolher as pessoas”.
“O nosso papel é servir os portugueses e é isso que fazemos todos os dias”, concluiu o CEMGFA.
A pandemia de Covid-19 já provocou quase 1,7 milhões de mortos no mundo desde dezembro do ano passado, incluindo 6.254 em Portugal.
LUSA/HN
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