Em comunicado, o bastonário da Ordem dos Médicos, Miguel Guimarães, lembra que se trata de “um pequeno número de médicos” que, com o fim do prazo de transição para a desmaterialização das receitas em papel, deixarão de ter a possibilidade de as passar à mão.
“Estamos a falar de um conjunto de médicos que foram determinantes na construção dos cuidados de saúde em Portugal. Numa altura crítica, em que o acesso a cuidados de saúde tem já tantas dificuldades, e sendo este problema de resolução tão simples, não se entende o silêncio da tutela”, afirma o bastonário, em comunicado.
Na nota, Miguel Guimarães lembra que já tinha alertado o Ministério da Saúde para este problema, mas ainda não obteve resposta.
O prazo previsto para acabarem as receitas em papel, passando a haver apenas receitas eletrónicas, foi adiado até 31 de dezembro por causa da situação pandémica que o país atravessa e pela dificuldade dos Serviços Partilhados do Ministério da Saúde em prosseguirem com as formações necessárias para estes médicos.
“Em plena segunda vaga, não se percebe, assim, o que terá melhorado”, questiona o bastonário, lembrando que “os médicos colaboraram sempre de forma exemplar no processo de desmaterialização da receita, mesmo utilizando um sistema informático que falha muitas vezes, que atrasa consultas e outros procedimentos”.
Miguel Guimarães sublinha ainda que, se não for resolvido, o problema “terá um impacto negativo nos doentes”.
LUSA/HN
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