Boris Johnson anuncia novas medidas hoje à noite

4 de Janeiro 2021

O primeiro-ministro britânico vai anunciar esta segunda-feira à noite novas medidas para conter a pandemia de Covid-19 e o Parlamento foi convocado para se reunir extraordinariamente na quarta-feira, sugerindo que poderá ser decretado um novo confinamento nacional. 

“O primeiro-ministro tem sido claro que novas medidas devem ser tomadas agora (…) Ele vai anunciá-las esta noite”, adiantou um porta-voz.

A comunicação televisiva de Boris Johnson está prevista para hoje às 20:00 (mesma hora em Lisboa).

Os deputados, que só deveriam voltar do recesso na segunda-feira, 11 de janeiro, têm de ser consultados para aprovar novas medidas a nível nacional.

Johnson já tinha admitido no domingo em entrevista à BBC a necessidade de restrições mais apertadas e esta manhã voltou a dizê-lo, durante uma visita ao Chase Farm Hospital, no norte de Londres.

“Se olharmos para os números, não há dúvida de que teremos de tomar medidas mais duras e iremos anunciá-las no devido tempo”, afirmou, à margem de uma visita a propósito do início da administração da vacina Oxford-AstraZeneca.

No domingo, o líder do Partido Trabalhista, Keir Starmer, urgiu Boris Johnson a impor “restrições nacionais nas próximas 24 horas”, alegando que o novo coronavírus está “claramente fora de controlo”.

“Não podemos permitir que o primeiro-ministro desperdice as próximas duas ou três semanas e depois decrete um bloqueio nacional que é inevitável”, alegou.

A chefe do governo da Escócia, Nicola Sturgeon, anunciou hoje um confinamento na região a partir de terça-feira, determinando que as pessoas fiquem em casa, exceto por razões de força maior, para ajudar a aliviar a sobrecarga dos hospitais e unidades de cuidados intensivos.

“Estou mais preocupada com a situação que enfrentamos agora do que em qualquer momento desde março do ano passado”, justificou.

As outras regiões britânicas, Irlanda do Norte e País de Gales, que também têm autonomia em termos de política de saúde, já tinham iniciado confinamentos após o Natal.

O Reino Unido é um dos países da Europa que mais sofreu com a pandemia Covid-19, tendo contabilizado oficialmente 54.990 mortes de infetados.

Há cinco dias consecutivos que o país regista mais de 50 mil novos casos diários, aceleração atribuída a uma nova variante do vírus considerada mais infecciosa.

Quase 80% da população já se encontra atualmente no Nível 4, o mais elevado de uma escala de restrições, que determina o encerramento do comércio não essencial e recomenda que as pessoas fiquem em casa, mas prevê o funcionamento de escolas e universidades.

Devido ao agravamento da situação epidémica, o Governo britânico já tinha determinado um recomeço faseado das aulas em Inglaterra, mas tem estado sob pressão de sindicatos de professores para manter as escolas fechadas por questões de segurança.

O Reino Unido começou hoje a administrar uma segunda vacina contra a Covid-19, desenvolvida pelo laboratório britânico AstraZeneca e Universidade de Oxford, arrancando com 520 mil doses de 100 milhões encomendadas.

Esta vacina é mais barata e mais fácil de armazenar e transportar, pelo que poderá facilitar campanhas de imunização em larga escala, ao contrário das concorrentes Moderna e Pfizer/BioNTech, que precisam de ser guardadas em temperaturas muito baixas.

“[O lançamento desta vacina] é um ponto de viragem na nossa luta contra este horrível vírus”, saudou o ministro da Saúde, Matt Hancock.

A vacina Pfizer-BioNTech, a primeira vacina a ser aprovada para uso no Reino Unido, já foi injetada em mais de um milhão de habitantes desde o início de dezembro, mas não é certo quando estarão disponíveis todas as 40 milhões de doses encomendadas.

A pandemia de Covid-19 provocou pelo menos 1.843.631 mortos resultantes de mais de 85 milhões de casos de infeção em todo o mundo, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.

Em Portugal, morreram 7.196 pessoas dos 431.623 casos de infeção confirmados, de acordo com o boletim mais recente da Direção-Geral da Saúde.

A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de dezembro de 2019, em Wuhan, uma cidade do centro da China.

LUSA/HN

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