PR de Cabo Verde considera “reanimadora” previsão de crescimento de 5,5%

7 de Janeiro 2021

O Presidente cabo-verdiano, Jorge Carlos Fonseca, considerou hoje ser “verdadeiramente reanimadora” a previsão de crescimento do país de 5,5% este ano projetada pelo Banco Mundial, mas pediu cooperação e um “clima apaziguador” entre os parceiros sociais.

“Para 2021, o Banco Mundial prevê a retoma da economia e projeta um crescimento do PIB [Produto Interno Bruto] na ordem de 5,5% para Cabo Verde. Este é um cenário verdadeiramente reanimador que nos estimula a continuar a arregaçar as mangas para que, gradualmente, a atividade económica possa ser retomada e possa atingir o ritmo do período antes da pandemia”, escreveu o chefe de Estado cabo-verdiano na sua página oficial na rede social Facebook.

“A realização deste propósito está ao nosso alcance se houver determinação, paciência, clarividência e cooperação entre os atores sociais, económicos e políticos e, sobremaneira, um clima apaziguador entre os parceiros da concertação social”, completou Jorge Carlos Fonseca.

De acordo com o relatório sobre as Perspetivas Económicas Globais, divulgado na quarta-feira, Cabo Verde deverá recuperar da queda de 11% no ano passado para assistir a uma retoma de 5,5% este ano.

Estas previsões são ainda diferentes das do Governo, que, depois de prever uma recessão entre 6,8% e 8,5% em 2020, estima um crescimento económico este ano de 4,5%, mas só se o país conseguir controlar a pandemia e se verificar um desconfinamento em todo o mundo.

Para este ano económico, o Governo cabo-verdiano prevê ainda uma inflação de 1,2%, défice orçamental de 8,8% e uma taxa de desemprego a reduzir de 19,2% para 17,2%.

No comentário, o Presidente da República sublinhou que os países dependentes do turismo foram os que mais sofreram com o confinamento e as diferentes restrições impostas pelo combate à pandemia da covid-19, como Cabo Verde, Etiópia, Maurícias e Seychelles, e os países exportadores de produtos agrícolas conseguiram amortecer melhor os efeitos da pandemia.

“Em termos de crescimento do produto interno bruto, o Banco Mundial prevê, para Cabo Verde, uma queda de 11% do produto em 2020. Para melhor entendimento do significado desta queda, é de notar que o Produto Interno Bruto cresceu 5,7% em 2019”, contextualizou.

Jorge Carlos Fonseca sublinhou ainda que no seio dos Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa (PALOP), Cabo Verde é o mais atingido do ponto de vista económico.

“Efetivamente, para Angola prevê-se uma queda de 4%, 2,4% para Guiné-Bissau, 0,8% para Moçambique e 6,5% para São Tomé e Príncipe. Todos estes países exportam produtos outros que turismo”, apontou.

A nível global, o Banco Mundial reviu em baixa a projeção do crescimento da economia global para 4% em 2021, esperando ainda uma contração de 4,3% em 2020.

Cabo Verde tinha até quarta-feira um acumulado de 12.052 casos positivos acumulados desde 19 de março, 113 óbitos, 11.633 casos considerados recuperados, dois doentes transferidos e 301 casos ativos do novo coronavírus.

A pandemia de covid-19 provocou pelo menos 1.869.674 mortos resultantes de mais de 86,3 milhões de casos de infeção em todo o mundo, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.

Em África, há 68.755 mortos confirmados e mais de 2,8 milhões de infetados em 55 países, segundo as estatísticas mais recentes sobre a pandemia no continente.

A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de dezembro de 2019, em Wuhan, uma cidade do centro da China.

LUSA/HN

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