Ussene Isse mencionou o número para ilustrar a gravidade da pandemia de Covid-19 em Moçambique, país que nos últimos dias tem conhecido um aumento exponencial de novas infeções e do número de óbitos.
“68% dos doentes que chegam aos nossos serviços [de saúde] têm uma grave insuficiência respiratória, o que significa que não pode voltar para casa, tem de ser internado”, declarou Isse.
O estado em que os doentes infetados com o novo coronavírus chegam aos hospitais exige um tratamento que dura, no mínimo, 10 dias, e impõe o recurso a ventilação ou oxigênio, acrescentou.
O diretor-nacional de Assistência Médica de Moçambique enfatizou a necessidade do reforço das medidas de prevenção contra a Covid-19, exortando os profissionais de saúde a seguir rigorosamente os protocolos sanitários para evitar a contaminação pelo novo coronavírus.
“Estamos na linha da frente no combate a Covid-19: é importante termos rigidez nas medidas de prevenção, não podemos vacilar, porque a situação não está fácil, temos de olhar com muita atenção para a nossa situação para podermos cuidar da saúde dos outros”, enfatizou Ussene Isse.
O apelo surge depois de outro lançado na quarta-feira pelo Presidente da República, Filipe Nyusi.
“A qualquer momento alguém doente pode não ter onde ser internado”, porque até os serviços privados estão a ficar saturados, referiu – segundo o boletim do Ministério da Saúde de quarta-feira, há 140 doentes nos centros de internamento de Covid-19 e noutras unidades hospitalares, sendo que 79.3% destes pacientes encontram-se em Maputo.
Nyusi falava durante uma comunicação à nação acerca da evolução da pandemia de Covid-19, com um “aumento significativo” de internamentos e mortes nas últimas semanas, chegando aos 205 óbitos de um total de 23.726 casos positivos.
Uma fatia de 19% dos óbitos registados em Moçambique desde o início da pandemia, aconteceu já em 2021, realçou.
De todas as mortes, 81% foi registado na área metropolitana de Maputo, acrescentou.
O presidente moçambicano anunciou assim um agravamento de restrições a partir de sexta-feira e durante 21 dias, encurtando horários do comércio e restauração, fechando alguns estabelecimentos e espaços culturais e interditando praias, entre outras medidas.
LUSA/HN
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