“As autoridades belgas fizeram uma inspeção e a Comissão Europeia não comenta notícias”, disse o porta-voz do executivo comunitário para a Saúde, Stefan de Keersmaecker, remetendo qualquer esclarecimento para os responsáveis pela ação.
Segundo a agência de notícia Belga, o ministro da Saúde deu, alegadamente a pedido da Comissão Europeia, instruções à Agência Federal de Medicamentos e Produtos de Saúde para inspecionar as instalações da Novasep, em Seneffe, que integram a cadeia de produção europeia da vacina para a Covid-19 da AstraZeneca.
Segundo informação do gabinete do ministro, o objetivo era “confirmar se o atraso na entrega das vacinas se deveu de facto a um problema de produção na unidade belga”, depois de a AstraZeneca ter justificado a forte redução da entrega de vacinas com um “problema de rendimento” num dos seus locais de produção europeus, o da Novasep em Seneffe, na região de Hainaut, na Valónia.
Ainda segundo fonte do gabinete de Vandenbroucke, a visita à fábrica ocorreu “em colaboração com outros países, a fim de assegurar total transparência e objetividade”.
“Peritos belgas estão em vias de examinar os elementos obtidos durante esta visita de inspeção, juntamente com colegas holandeses, italianos e espanhóis”, salientou.
Em agosto de 2020, a Comissão Europeia assinou um contrato com a AstraZeneca para aquisição de 300 milhões de doses da vacina contra a Covid-19 produzida em colaboração com a universidade de Oxford, com uma opção de mais 100 milhões de doses.
Porém, na semana passada, a AstraZeneca anunciou que pretende entregar doses consideravelmente menores, nas próximas semanas, do que acordado com a UE, o que Bruxelas entende ser inaceitável e uma possível violação do contrato.
Em Portugal, o coordenador da ‘taskforce’ do Plano de Vacinação da Covid-19, Francisco Ramos, garantiu que o atraso da vacina AstraZeneca/Oxford não comprometerá a primeira fase do plano português, mas não permitirá antecipá-lo, admitindo uma quebra de 50% do esperado.
A pandemia de Covid-19 provocou, pelo menos, 2.159.155 mortos resultantes de mais de 100 milhões de casos de infeção em todo o mundo, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.
Em Portugal, morreram 11.305 pessoas dos 668.951 casos de infeção confirmados, de acordo com o boletim mais recente da Direção-Geral da Saúde.
A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de dezembro de 2019, em Wuhan, uma cidade do centro da China.
LUSA/HN
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