“Não vou fazer comentários específicos sobre determinados países europeus, mas gostaria de salientar que o ECDC está a acompanhar de perto os processos de vacinação nacionais”, afirmou o porta-voz do executivo comunitário para a área da Saúde Pública, Stefan De Keersmaecker.
Questionado na conferência de imprensa diária da instituição, em Bruxelas, sobre casos de vacinação fora da lista de prioritários em Portugal, o responsável disse que estes procedimentos são “acompanhados por todos e com grande interesse, também no âmbito do comité de segurança sanitária”, um grupo consultivo informal presidido pela Comissão Europeia e composto por representantes de todos os Estados-membros, que coordena as respostas nacionais a ameaças graves para a saúde ao nível comunitário.
Em Portugal, o Ministério Público já abriu inquéritos em relação a casos que envolvem o Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM) de Lisboa e do Porto, a Segurança Social de Setúbal e outras instituições onde há indícios de irregularidades na vacinação contra a Covid-19, nomeadamente de pessoas que não faziam parte das listagens de casos prioritários.
Na quarta-feira, o coordenador do grupo de trabalho responsável pelo Plano de Vacinação contra a Covid-19, Francisco Ramos, demitiu-se, alegando ter descoberto anomalias na vacinação de profissionais no Hospital da Cruz Vermelha, de cuja comissão executiva é presidente.
Já hoje, o PSD entregou no parlamento um projeto de lei que autonomiza o crime de “vacinação indevida”, propondo a punição com pena de prisão até três anos ou multa.
Portugal registou na quarta-feira 240 mortes relacionadas com a Covid-19 e 9.083 casos de infeção com o novo coronavírus, segundo a Direção-Geral da Saúde (DGS), cujo boletim diário revelou estarem internadas 6.684 pessoas, menos 91 do que na terça-feira, das quais 877 em unidades de cuidados intensivos, mais 25.
Desde março de 2020, morreram 13.257 pessoas no país de um total de 740.944 casos de infeção confirmados.
A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de dezembro de 2019, em Wuhan, uma cidade do centro da China.
Lusa/HN
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