OMS apela a acelerar vacinação na Europa por causa das novas variantes

5 de Fevereiro 2021

O diretor da Organização Mundial de Saúde (OMS) no continente europeu disse esta sexta-feira que a Europa deve acelerar a vacinação contra a Covid-19, admitindo estar "preocupado" com o impacto das novas variantes do vírus na eficácia das vacinas.

“Temos de unir forças para acelerar a vacinação”, disse Hans Kluge, diretor regional da OMS, em entrevista à agência de notícias France-Presse (AFP).

Recordando que a campanha de imunização na União Europeia (UE) teve um início difícil, num cenário de escassez de vacinas e tensões entre Bruxelas e alguns fabricantes, o responsável apelou às farmacêuticas para trabalharem nesse sentido.

“As empresas farmacêuticas, habitualmente concorrentes, têm de trabalhar em conjunto para aumentar drasticamente a capacidade de produção, é disso que precisamos”, insistiu.

Na UE, a proporção da população que recebeu uma primeira dose ronda apenas os 2,5%, segundo a mesma fonte.

Questionado sobre se as vacinas que estão no mercado desde dezembro permanecerão eficazes contra as novas variantes detetadas no Reino Unido, Brasil e África do Sul, Kluge disse que “essa é a grande questão”, e reconheceu que está “preocupado”, prevendo novas mutações.

“É um aviso cruel de que o vírus ainda leva vantagem em relação aos humanos, mas não é um vírus novo, é uma evolução de um vírus que está a tentar adaptar-se ao hospedeiro humano”, disse.

Dos 53 países da R

O diretor da Organização Mundial de Saúde (OMS) no continente europeu disse esta sexta-feira que a Europa deve acelerar a vacinação contra a Covid-19, admitindo estar “preocupado” com o impacto das novas variantes do vírus na eficácia das vacinas.

egião Europeia da OMS (incluindo vários países da Ásia Central), 37 registaram casos relacionados com a nova estirpe detetada em dezembro no Reino Unido e 17 casos da estirpe da África do Sul, de acordo com os dados mais recentes.

Apesar disso, o responsável da OMS Europa permanece otimista.

“Penso que o túnel é um pouco mais longo do que pensávamos em dezembro, mas ainda deverá ser um ano mais fácil que o ano passado”, disse à AFP.

O marco de 100 milhões de doses de vacinas administradas em todo o mundo foi ultrapassado na terça-feira, com 65% administradas nos países ricos.

“Sabemos que na UE, Canadá, Reino Unido e EUA foram feitas encomendas de quatro a nove vezes as doses necessárias. Portanto, não precisamos de atingir 70% [de pessoas vacinadas] para partilhar com os Balcãs, Ásia Central ou África”, afirmou, reiterando os apelos da OMS para que a UE compartilhe vacinas com os países mais pobres.

“Talvez quando os países da UE atingirem 20% da vacinação – e 20% inclui as pessoas idosas, pessoal de saúde e pessoas com comorbidades – seja altura de partilhar as vacinas”, sustentou.

LUSA/HN

0 Comments

Submit a Comment

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *

ÚLTIMAS

A má comunicação pode ser agressiva ao cidadão?

Cristina Vaz de Almeida: Presidente da Sociedade Portuguesa de Literacia em Saúde; Doutora em Ciências da Comunicação — Literacia em Saúde. Presidente da Sociedade Portuguesa de Literacia em Saúde. Diretora da pós-graduação em Literacia em Saúde. Membro do Standard Committee IHLA — International Health Literacy Association.

Crise de natalidade no Japão atinge o seu pico

O Japão registou, em 2024, a taxa de natalidade mais baixa de sempre, segundo estimativas governamentais e, no momento em que a geração “baby boom” faz 75 anos, o país confronta-se com o “Problema 2025”, segundo especialistas.

Cientistas detectam genótipos cancerígenos de HPV em esgotos urbanos

Cientistas uruguaios identificaram genótipos de HPV ligados ao cancro do colo do útero em águas residuais urbanas, sugerindo que a monitorização ambiental pode reforçar a vigilância e prevenção da doença em países com poucos dados epidemiológicos.

MAIS LIDAS

Share This
Verified by MonsterInsights