Guiné Equatorial impõe pela primeira vez recolher obrigatório

9 de Fevereiro 2021

A Guiné Equatorial introduziu pela primeira vez um recolher obrigatório para combater o ressurgimento da Covid-19, fechou bares, restaurantes e discotecas e limitou as ligações aéreas, de acordo com um decreto lido esta terça-feira na televisão estatal.

No início de agosto, este pequeno país produtor de petróleo de 1,3 milhões de habitantes na África Central, governado há mais de 41 anos pelo Presidente Teodoro Obiang Nguema, de 78 anos, tinha flexibilizado as medidas restritivas, com a reabertura de locais de culto, bares e restaurantes.

Este aligeiramento seguiu-se a um confinamento muito rigoroso, entre 15 de abril e 15 de junho, que contemplou o recurso ao uso das armas pelas forças de segurança (“manu militari”).

Hoje começa um recolher obrigatório, o primeiro desde o início da pandemia, entre as 19:00 e as 06:00, de acordo com o decreto presidencial.

Foi igualmente imposto o encerramento de bares, restaurantes, discotecas, casinos e outros “lugares de lazer”, permanecendo abertos desta vez os lugares de culto.

O chefe de Estado também reduziu as ligações aéreas a um voo doméstico por dia e dois voos internacionais por semana para as companhias nacionais e a um voo semanal para as companhias estrangeiras.

Desde o início da pandemia, a Guiné Equatorial anunciou oficialmente 5.614 casos de contaminação e 87 mortes, mas o decreto presidencial invoca “a agressividade da progressão da pandemia”, passando as estatísticas de menos de 15 casos por semana, antes do final de 2020, para mais de 50 hoje, de acordo com os números comunicados pela televisão estatal.

O uso de uma máscara é ainda obrigatório em locais públicos.

A pandemia de Covid-19 provocou, pelo menos, 2.316.812 mortos no mundo, resultantes de mais de 106 milhões de casos de infeção, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.

O primeiro caso de Covid-19 em África surgiu no Egito, em 14 de fevereiro de 2020, e a Nigéria foi o primeiro país da África subsaariana a registar casos de infeção, em 28 de fevereiro.

De acordo com o Centro de Controlo e Prevenção de Doenças da União Africana (África CDC), o número total de infetados nos 55 Estados-membros da organização é de 3.678.523, registando-se 95.529 óbitos e 3.207.080 recuperados.

A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de dezembro de 2019, em Wuhan, uma cidade do centro da China.

LUSA/HN

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