UE promete “trabalhar dia e noite” para aumentar ritmo de vacinação

10 de Fevereiro 2021

A Comissão Europeia garantiu esta quarta-feira que irá “trabalhar dia e noite” para assegurar que mais doses das vacinas contra a Covid-19 são destinadas à União Europeia (UE), para permitir ritmos de vacinação mais rápidos do que os atuais.

“Estamos a dar o nosso melhor para lutar contra o vírus na UE e em todo o mundo. Está agora claro que só conseguiremos se nos mantivermos unidos. Estamos a lutar contra um inimigo comum e a vacina é a chave. Vamos continuar a trabalhar dia e noite para assegurar a disponibilidade das vacinas”, disse a comissária europeia da Saúde, Stella Kyriakides.

Falando na sessão plenária do Parlamento Europeu, em Bruxelas, sobre a estratégia da UE de vacinação contra a Covid-19 após várias polémicas com as farmacêuticas, a responsável vincou que o ritmo de vacinação “pode e deve aumentar” no espaço comunitário, garantindo empenho da instituição “para que isso aconteça nas próximas semanas”.

Numa alusão ao objetivo anteriormente traçado, que se mantém, Stella Kyriakides disse: “Até ao fim do verão, queremos 70% da população adulta vacinada e queremos assegurar que isto acontece de forma justa e equitativa […] e que as vacinas são distribuídas da forma mais rápida possível de modo igual, independentemente da dimensão do Estado-membro”.

Segundo a responsável, até ao momento, “mais de 70 milhões de pessoas foram vacinadas” desde dezembro.

O debate realizou-se numa altura de tensão entre Bruxelas e as farmacêuticas, que não deverão entregar as doses acordadas com a Comissão Europeia para estes primeiros meses de 2021 por não terem capacidade de produção suficiente para os 27 Estados-membros, o que já levou a atrasos na distribuição.

Na quinta-feira, também devido ao “problema da disponibilidade de vacinas”, Portugal anunciou que a primeira fase de vacinação, que devia terminar antes de 31 de março, vai ser prolongada para abril.

Stella Kyriakides interveio na sessão plenária depois de a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, ter aberto o debate em nome da instituição, e após severas críticas dos eurodeputados à estratégia de vacinação da UE.

Face às críticas dos eurodeputados sobre falta de transparência, e como anteriormente anunciado por Ursula von der Leyen, a comissária europeia disse que a instituição vai passar a “trocar impressões de forma regular” com o Parlamento Europeu sobre os contratos assinados com as farmacêuticas, através de um grupo de contacto criado para o efeito.

“Tentámos ser o mais transparentes possível em todas as fases do processo”, nomeadamente publicando alguns contratos de compra antecipada, referiu Stella Kyriakides, destacando que na quinta-feira, “será tornado público o contrato com a Janssen”.

A UE tem uma carteira de oito vacinas contra a Covid-19, que além das já aprovadas e em uso (Pfizer e BioNTech, Moderna e AstraZeneca), inclui as da Sanofi-GSK, Janssen Pharmaceutica NV e CureVac, para as quais já foram formalizados contratos de aquisição, e as da Novavax e Valneva, para as quais foram apenas concluídas conversações exploratórias.

Devido às polémicas, o executivo comunitário tornou já públicos três contratos de compra antecipada: o da AstraZeneca, mas também os da CureVac e Sanofi-GSK (cujas vacinas ainda não foram aprovadas pela Agência Europeia do Medicamento).

Nesta intervenção, Stella Kyriakides defendeu ainda que é preciso assegurar “resposta imediata às novas variantes”.

Antes, Ursula von der Leyen anunciou um novo plano para a UE aumentar a sequenciação das mutações do SARS-CoV-2, que visa tornar “mais célere” a deteção de novas estripes.

A pandemia de Covid-19 provocou, pelo menos, 2.325.744 mortos no mundo, resultantes de mais de 106,4 milhões de casos de infeção.

Lusa/HN

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