Trabalhadores não docentes da Amadora exigem melhores condições e trabalho rotativo

25 de Fevereiro 2021

Cerca de duas dezenas de trabalhadores não docentes das escolas da Amadora, no distrito de Lisboa, protestaram esta quinta-feira em frente à Câmara Municipal para exigir melhores condições laborais e a realização de trabalho rotativo, devido à situação pandémica.

A ação de protesto, que decorreu esta manhã em frente aos paços do concelho da Amadora, foi convocada pelo Sindicato dos Trabalhadores em Funções Públicas e Sociais do Sul e Regiões Autónomas (STFPSSRA).

Em declarações à agência Lusa, Carlos Correia, do STFPSSRA, acusou a Câmara Municipal da Amadora de “desrespeitar” os cerca de 400 trabalhadores não docentes do município ao exigir-lhes que façam todos os dias trabalho presencial.

“Neste momento pandémico que vivemos, com o perigo de existir o contágio nos transportes, a Câmara exige que todos os trabalhadores estejam presentes todos os dias nas escolas. É a única câmara do distrito de Lisboa a atuar desta forma”, criticou o sindicalista.

Além das críticas à obrigatoriedade do trabalho presencial, o sindicato contesta também a afetação de trabalhadores não docentes a outras funções, “fora das escolas”.

“Os trabalhadores não docentes são trabalhadores das escolas. Não são trabalhadores para andarem a fazer outras funções que não as funções que tenha a ver com as escolas e com os alunos”, defendeu Carlos Correia.

Embora o ensino presencial esteja na generalidade suspenso, desde o dia 22 de janeiro, devido às medidas de contenção da pandemia da Covid-19, estes trabalhadores continuam a desempenhar funções em escolas de acolhimento, em unidades especializadas e em outras valências.

A necessidade de mais formação profissional específica para os trabalhadores não docentes e de uma maior transparência no processo do Sistema Integrado de Avaliação de Desempenho da Administração (SIADP) são outras das reivindicações do STFPSSRA.

“A Câmara não lhes dá informação sobre a pontuação que têm. A pontuação é a ferramenta que as pessoas têm para progredirem na carreira. E, portanto, sem saberem a pontuação que têm, não conseguem organizar a sua vida”, argumentou.

Carlos Correia admitiu a possibilidade de se avançar com “outras formas de luta” caso a Câmara da Amadora não leve em conta as queixas dos trabalhadores.

“Vamos entregar uma moção à presidente da Câmara [Carla Tavares] com os direitos que os trabalhadores têm. Se a Câmara não aceder logo veremos se não teremos de organizar outras lutas”, apontou.

A Lusa contactou a Câmara Municipal da Amadora que se escusou a comentar o protesto.

A pandemia de Covid-19 provocou, pelo menos, 2.486.116 mortos no mundo, resultantes de mais de 112 milhões de casos de infeção, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.

Em Portugal, morreram 16.136 pessoas dos 800.586 casos de infeção confirmados, de acordo com o boletim mais recente da Direção-Geral da Saúde.

A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de dezembro de 2019, em Wuhan, uma cidade do centro da China.

Em números globais, quase 38 milhões de pessoas na região europeia foram infetadas e cerca de 850 mil morreram com Covid-19.

LUSA/HN

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