Antigo primeiro-ministro britânico Tony Blair defende produção de vacinas em África

26 de Fevereiro 2021

O antigo primeiro-ministro britânico Tony Blair defendeu esta sexta-feira a necessidade de África como continente desenvolver a sua capacidade de produção de vacinas de forma a preparar-se para futuras pandemias.

“O continente de África vai querer ter a sua própria capacidade de produção e maior capacidade de diagnóstico. Não vai querer estar na posição em que está, com dificuldades em obter vacinas das quais precisa desesperadamente”, afirmou hoje, durante um ‘webinar’ para o instituto Institute for Gouvernment.

Blair disse que a fundação que criou, o Instituto para a Transformação Global, está a ajudar cerca de 20 Governos africanos na resposta à pandemia de Covid-19, nomeadamente no desenvolvimento de um sistema de certificação de testes e vacinas.

“A minha preocupação é que, se eles se atrasarem na vacinação, e não tiverem meios de registarem testes e vacinação, vão existir partes do mundo efetivamente excluídas, por isso as liberdades deles [africanos] vão estar restringidas”, argumentou.

Segundo Blair, a segunda vaga da pandemia causou mais mortes em África do que a primeira, mas “os problemas são sobretudo económicos”.

Um relatório do Instituto Tony Blair estimava em outubro que as restrições de viagem de países europeus, nomeadamente a quarentena obrigatória, pode resultar em milhões de pessoas desempregadas, sobretudo nos setores das viagens e do turismo.

Hoje, o Instituto publicou um novo estudo intitulado “O novo necessário: como preparar o futuro para a próxima pandemia”, onde defende que não só os países desenvolvam as suas próprias infraestruturas de saúde, mas que deve existir uma maior coordenação global.

A pandemia de Covid-19 provocou, pelo menos, 2.508.786 mortos no mundo, resultantes de mais de 112,9 milhões de casos de infeção, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.

Em Portugal, morreram 16.243 pessoas dos 802.773 casos de infeção confirmados, de acordo com o boletim mais recente da Direção-Geral da Saúde.

A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de dezembro de 2019, em Wuhan, uma cidade do centro da China.

Lusa/HN

0 Comments

Submit a Comment

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *

ÚLTIMAS

João Paulo Magalhães: É preciso investir na Prevenção, Organização e Valorização dos Médicos de Saúde Pública

João Paulo Magalhães, Vice-Presidente da Associação Nacional de Médicos de Saúde Pública, defende para o próximo Governo três prioridades essenciais para a Saúde Pública: reforço da promoção da saúde e prevenção da doença, modernização e clarificação da organização dos serviços de Saúde Pública, e valorização das condições de trabalho e carreira dos médicos de Saúde Pública

AICEP aprovou investimentos de 300 ME em quatro empresas

A Agência para o Comércio Externo de Portugal (AICEP) aprovou um pacote de investimento de mais de 300 milhões de euros, em quatro empresas, criando mais de 1.200 postos de trabalho, adiantou hoje o Governo.

Evoluir o SNS: Reflexão de Luís Filipe Pereira sobre o Futuro da Saúde em Portugal

Luís Filipe Pereira, ex-ministro da Saúde, analisa os desafios estruturais do SNS, destacando a ineficiência do Estado nas funções de prestador, financiador e empregador. Defende a transição para um Sistema de Saúde que integre prestadores públicos, privados e sociais, promovendo eficiência e liberdade de escolha para os utentes.

Doze medidas de Saúde para qualquer novo governo

O Professor António Correia de Campos, Catedrático Jubilado e antigo Ministro da Saúde, aponta doze medidas de Saúde para qualquer novo Governo. Nelas, defende que os programas políticos para as legislativas de 18 de maio devem priorizar a integração das várias redes do sistema de saúde, reforçando a articulação entre hospitais, cuidados primários, cuidados continuados e ERPI. Propõe ainda soluções transitórias para a falta de médicos e aposta na dedicação plena para profissionais do SNS

Eixos centrais para a transformação e sustentabilidade do SNS

Ana Escoval, Professora Catedrática Jubilada da ENSP (NOVA) e vogal da Direção da Associação Portuguesa de Desenvolvimento Hospitalar, analisa as propostas dos partidos para as legislativas de 18 de maio, destacando a necessidade de inovação, integração de cuidados, racionalização de recursos e reforço da cooperação público-privada como eixos centrais para a transformação e sustentabilidade do SNS

MAIS LIDAS

Share This
Verified by MonsterInsights