No âmbito do Dia Mundial da Obesidade, assinalado a 04 de março, a associação reforça em comunicado que a resposta face à prevenção, ao diagnóstico e tratamento da obesidade deve ainda ser “mais urgente” durante a pandemia de Covid-19, uma vez que estes doentes têm também um maior risco de mortalidade (48%) em caso de ficarem infetado.
“Com o período de pandemia, torna-se crucial alertar para as consequências que a falta de acompanhamento pode ter para estas pessoas, não só pelo acréscimo nos números, mas também com o impacto em caso de infeção por Covid-19”, defende a presidente e assistente social da APOBARI, Marisa Marques, citada no comunicado.
Em Portugal, cerca de 57% da população (5,9 milhões de portugueses) é obesa ou está em risco de obesidade, “um cenário com previsão para agravar devido aos atrasos nos tratamentos”, refere a Associação.
Citando dados da Entidade Reguladora da Saúde (ERS), a associação refere que os obesos esperam em média 16 meses entre a consulta e a cirurgia, chegando a haver tempos de espera superiores a três anos.
A associação reforça que se não existir uma priorização destes doentes, as taxas de internamento vão aumentar, com um maior período de recuperação, tratamentos mais invasivos que, a longo prazo, têm um impacto direto nos gastos de saúde calculados.
Além disso, afirma, “a obesidade é uma doença crónica complexa e multifatorial que está associada a mais de 200 outras doenças, como diabetes, dislipidemia, hipertensão arterial, síndrome de apneia obstrutiva do sono, síndrome metabólica, doenças cardiovasculares, incontinência urinária, e cerca de 13 tipos de cancro, ou seja, uma pandemia muito mais letal do que a Covid-19”.
“Face à urgência de garantir que a pandemia não seja vista como um impedimento ao tratamento da obesidade”, Marisa Marques refere que os Centros de Tratamento da Cirurgia da Obesidade não estão parados nem a associação.
“Queremos recordar que estamos aqui para acompanhar os doentes em todo o processo, desde a procura de informação até ao pós-operatório”, sublinha a presidente da associação, que aponta a existência de vales cirurgia como uma solução durante este período.
Quando o hospital não consegue realizar a cirurgia indicada num tempo clinicamente aceitável o doente é encaminhado para outra unidade pública ou social.
“Se nenhuma das unidades tiver disponibilidade para realizar a cirurgia, é então enviado para o doente um vale cirurgia, com uma lista de unidades públicas, privadas ou sociais, que tenham convenção ou protocolo com o SNS, permitindo que o utente escolha a entidade onde será submetido ao ato cirúrgico”, explica Marisa Marques.
A APOBARI atua no terreno através do serviço social, com apoio técnico e social, “na procura de melhorar a educação para a saúde e promoção correta da perda de peso”
LUSA/HN
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