Liga Portuguesa Contra a Epilepsia alerta para importância de mitigar as consequências da doença

4 de Março 2021

Através da campanha “Eu sou mais do que epilepsia” a Liga Portuguesa Contra a Epilepsia (LPCE) alerta que mais do que saber lidar com a doença é essencial minimizar as suas consequências. Especialistas afirmam que pandemia pode agravar cenário de crises.

A campanha que arrancou no início de fevereiro e que continua este mês vai ser, ainda, acompanhada por uma outra iniciativa promovida pela LPCE –a Semana da Epilepsia que irá decorrer entre dia 08 e 13 de março. A iniciativa, que assinala ainda a comemoração dos 50 anos da LPCE, será composta por um conjunto de webinares, workshops palestras, simpósios e conta com o 33.º Encontro Nacional de Epileptologia, que se realiza nos dias 12 e 13 de março.

“O objetivo passa por relembrar que a epilepsia é muito mais do que ter crises, contribuindo para o aumento do conhecimento relativamente a esta doença e a importância de um tratamento seguro, principalmente em tempo de pandemia”, garante a LPCE.

De acordo com a presidente da Liga “a epilepsia é uma doença que tem ponto de partida numa perturbação do funcionamento do cérebro, devido a uma descarga anormal de alguns ou da quase totalidade dos neurónios cerebrais. Mas saber lidar com a epilepsia não é só conhecer a existência de crises, é crucial saber como minimizar as consequências, que afetam os doentes não só a nível familiar, como também social e profissional. Afinal, esta patologia pode causar uma grande incerteza”.

Estima-se que a nível nacional existam cerca de 50 a 70 mil pessoas afetadas por esta doença, mas que evitam a exposição, preferindo não assumir publicamente a doença. Além disto, cerca de 20 mil pessoas apresentam formas mais graves desta doença, vivendo diariamente com grandes condicionalismos em relação ao exercício de uma vida ativa.

O cenário poderá ser agravado devido ao contexto atual de pandemia. O neurologista e coordenador da comissão organizadora do 33ºENE, Francisco Sales, afirma que a Covid-19 “é mais um desafio que estes doentes vão ter de enfrentar”, alertando, por isso, para a importância de uma boa gestão do stock de medicação e que os profissionais de saúde possam assegurar uma resposta rápida em cenários de crise.”

“Afinal, podemos estar perante crises mais frequentes e prolongadas que o habitual, o limite na forma de estado de mal epilético, uma situação extremamente grave com necessidade de internamento em unidade de cuidados intensivos”, acrescenta.

A Semana da Epilepsia irá abordar temas como “Covid-19 e Epilepsia”, “A Mulher com Epilepsia em idade fértil”, “Canabinóides em Epilepsia: Factos e Ficção”, “Tratamento farmacológico” e “Dispositivos e inteligência artificial em epilepsia: Ficção científica?”.

Os interessados em assistir ao evento devem submeter a sua inscrição Aqui.

PR/HN/Vaishaly Camões

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