Comerciantes de Lisboa dizem que falta capacidade ao Governo para apoiar empresas

8 de Março 2021

Os comerciantes da Baixa de Lisboa consideram que o Governo não tem capacidade para apoiar as empresas, garantindo que cerca de 80% dos estabelecimentos comerciais não consegue chegar aos apoios, afirmou o presidente da Associação de Valorização do Chiado (AVChiado).

“Não houve apoios. Erradamente, passa a imagem de que as empresas estão a receber apoios a fundo perdido e isso não é real”, avançou Victor Silva, em declarações à agência Lusa.

De acordo com o dirigente, várias pequenas empresas estão a ser empurradas para a falência, porque não “têm escala internacional e “não têm como se segurar”, frisando que as imposições de encerramento, devido à pandemia, não são “acompanhadas de apoios reais”.

“No inverno, as restrições foram imensas e os ‘stocks’ podiam ser equilibrados em janeiro com os saldos, mas nós não conseguimos chegar aos saldos, ou seja, as lojas estão cheias de ‘stock’ com coisas de inverno, que não vão conseguir comercializar. […] Isto é muito grave”, observou.

Demonstrando alguma revolta por não compreender o porquê de o comércio ainda estar fechado, Victor Silva alertou que os “comerciantes estão a definhar” e “o poder político não tem noção do que se está a passar no terreno”, pedindo a reabertura das lojas até 200 metros quadrados no dia 17 de março.

“Vai ser dramático. Nós estamos a chegar a quase três meses. Não há empresas portuguesas que consigam aguentar este embate e nós estamos a temer que o nosso comércio desapareça”, avisou o presidente da AVChiado, reiterando que as consequências estão a ser gravosas para a vida das famílias e dos pequenos empresários.

Segundo o responsável, apenas 20% das empresas da zona histórica de Lisboa foram apoiadas e muitas já não vão conseguir abrir, por perda de faturação.

“O Estado […] não tem capacidade de apoiar as empresas na realidade, 80% estão a ficar de fora. Se [o Estado] não tem capacidade [para apoiar as empresas], deve deixá-las funcionar. Nós pagamos rendas, pagamos eletricidade, pagamos água, pagamos seguros, temos de pagar os ‘stocks’ que estão dentro de portas e temos de pagar aos fornecedores… Não podemos ter comprado a mercadoria e não a pagar”, sustentou.

A pandemia de Covid-19 provocou, pelo menos, 2.588.597 mortos no mundo, resultantes de mais de 116,4 milhões de casos de infeção, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.

Em Portugal, morreram 16.540 pessoas dos 810.094 casos de infeção confirmados, de acordo com o boletim mais recente da Direção-Geral da Saúde.

LUSA/HN

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