Novo ministro diz que executará política do Governo Bolsonaro na saúde

16 de Março 2021

O médico Marcelo Queiroga, indicado ao cargo de ministro da saúde do Brasil pelo Presidente do país, Jair Bolsonaro, afirmou esta terça-feira que dará continuidade ao trabalho na gestão da pandemia e executará política definida pelo Governo.

“O Governo está trabalhando. As políticas públicas estão sendo colocadas em prática. O ministro [Eduardo] Pazuello anunciou todo o cronograma da vacinação. A política é do Governo Bolsonaro. A política não é do ministro da Saúde. O ministro da Saúde executa a política do Governo”, afirmou Queiroga à jornalistas antes de iniciar uma reunião com o ministro demissionário da Saúde.

Questionado por jornalistas sobre o trabalho feito até aqui no ministério liderado por Pazuello, um general do exército especialista em logística que conduz a política de saúde do Brasil na pandemia com muitas críticas, Queiroga fez elogios ao ministro demissionário.

“Pazuello tem trabalhado arduamente para melhorar as condições sanitárias do Brasil e eu fui convocado pelo Presidente Bolsonaro para dar continuidade a esse trabalho”, declarou.

O anúncio da indicação do médico, que atuava como presidente da Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC), ao cargo de ministro da Saúde aconteceu na tarde de segunda-feira depois de ser ter reunido com o chefe de Estado do país, Jair Bolsonaro, em Brasília.

“Foi decidido agora à tarde a indicação do médico, doutor Marcelo Queiroga, para o Ministério da Saúde. Ele é presidente da Sociedade Brasileira de Cardiologia. A conversa foi excelente, já conhecia há alguns anos, então não é uma pessoa que tomei conhecimento há poucos dias”, disse Bolsonaro, em declarações a apoiantes e à imprensa local.

Ainda segundo o Presidente brasileiro, a nomeação de Queiroga será publicada esta terça-feira do Diário Oficial da União, o que ainda não aconteceu.

Queiroga será o quarto ministro da Saúde desde a chegada da Covid-19 a solo brasileiro, há pouco mais de um ano, e assumirá funções naquele que é o momento mais critico da pandemia no país.

Com a indicação do médico, a tutela volta assim a ter no seu comando um nome ligado à área da Saúde.

General do Exército, Pazuello tomou, em setembro último, posse como ministro da Saúde, após quatro meses a liderar interinamente a tutela durante a pandemia da covid-19, uma situação bastante criticada no país devido à falta de especialização do militar em questões de saúde.

Sob a gestão do general, o Ministério da Saúde mudou algumas diretrizes e flexibilizou o uso de fármacos sem comprovação científica, que chegaram a ser recomendados por um aplicativo desenvolvido pelo Governo brasileiro para profissionais de saúde.

Antes de Pazuello, os médicos Luiz Henrique Mandetta e Nelson Teich lideraram a pasta, mas saírem do cargo devido a divergências com o chefe de Estado no combate à covid-19, nomeadamente em relação às medidas de isolamento social e ao uso de fármacos amplamente defendido pelo Presidente para enfrentar a doença com a cloroquina, mas sem comprovação científica na sua cura.

O Brasil, que totaliza 11.519.609 casos e 279.286 mortes devido à Covid-19.

A pandemia de Covid-19 provocou, pelo menos, 2.661.919 mortos no mundo, resultantes de mais de 122,7 milhões de casos de infeção, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.

A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de 2019, em Wuhan, uma cidade do centro da China.

LUSA/HN

0 Comments

Submit a Comment

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *

ÚLTIMAS

Novos diagnósticos de VIH aumentam quase 12% na UE/EEE em 2023

 A taxa de novos diagnósticos de pessoas infetadas pelo vírus da imunodeficiência humana (VIH) cresceu 11,8% de 2022 para 2023 na União Europeia/Espaço Económico Europeu, que inclui a Noruega, a Islândia e o Liechtenstein, indica um relatório divulgado hoje.

Idade da reforma sobe para 66 anos e nove meses em 2026

A idade da reforma deverá subir para os 66 anos e nove meses em 2026, um aumento de dois meses face ao valor que será praticado em 2025, segundo os cálculos com base nos dados provisórios divulgados hoje pelo INE.

Revolução no Diagnóstico e Tratamento da Apneia do Sono em Portugal

A Dra. Paula Gonçalves Pinto, da Unidade Local de Saúde de Santa Maria, concorreu à 17ª Edição dos Prémios de Boas Práticas em Saúde, uma iniciativa da Associação Portuguesa de Desenvolvimento Hospitalar (APDH), com um projeto inovador para o diagnóstico e tratamento da Síndrome de Apneia Hipopneia do Sono (SAHS). O projeto “Innobics-SAHS” visa revolucionar a abordagem atual, reduzindo significativamente as listas de espera e melhorando a eficiência do processo através da integração de cuidados de saúde primários e hospitalares, suportada por uma plataforma digital. Esta iniciativa promete não só melhorar a qualidade de vida dos doentes, mas também otimizar os recursos do sistema de saúde

Projeto IDE: Inclusão e Capacitação na Gestão da Diabetes Tipo 1 nas Escolas

A Dra. Ilka Rosa, Médica da Unidade de Saúde Pública do Baixo Vouga, apresentou o “Projeto IDE – Projeto de Inclusão da Diabetes tipo 1 na Escola” na 17ª Edição dos Prémios de Boas Práticas em Saúde. Esta iniciativa visa melhorar a integração e o acompanhamento de crianças e jovens com diabetes tipo 1 no ambiente escolar, através de formação e articulação entre profissionais de saúde, comunidade educativa e famílias

Cerimónia de Abertura da 17ª Edição dos Prémios de Boas Práticas em Saúde: Inovação e Excelência no Setor da Saúde Português

A Associação Portuguesa de Desenvolvimento Hospitalar (APDH) realizou a cerimónia de abertura da 17ª edição dos Prémios de Boas Práticas em Saúde, destacando a importância da inovação e excelência no setor da saúde em Portugal. O evento contou com a participação de representantes de várias entidades de saúde nacionais e regionais, reafirmando o compromisso com a melhoria contínua dos cuidados de saúde no país

Crescer em contacto com animais reduz o risco de alergias

As crianças que crescem com animais de estimação ou em ambientes de criação de animais têm menos probabilidade de desenvolver alergias, devido ao contacto precoce com bactérias anaeróbias comuns nas mucosas do corpo humano.

MAIS LIDAS

Share This